o objectivo da instituição financeira, que será assim a primeira chinesa a instalar-se directamente em portugal, é abrir portas em lisboa no início do segundo semestre, mas o calendário final dependente de quando for dada a autorização do supervisor. contactada pelo sol, fonte oficial do bdp escusou-se a fazer comentários sobre o assunto, alegando que o regulador do sistema financeiro nunca fala sobre pedidos de licenças bancárias. entre 1999 e 2012, portugal perdeu 69 instituições financeiras. esta redução tem sido mais acelerada em território nacional do que na média na zona euro.
por via da sua dependência de macau, o icbc já está presente na capital portuguesa há alguns anos, mas apenas com um escritório de representação e com uma actividade bem mais reduzida do que aquela que terá agora quando obtiver a ‘luz verde’ para abrir uma sucursal.
a chegada do icbc a portugal deu-se por via da aquisição que o gigante asiático fez do banco seng heng, de stanley ho. no momento desta operação, o seng heng já tinha obtido a autorização (desde 2006) para abrir o escritório de representação em portugal, tendo sido, por isso, uma «simples herança» explicava, em meados de 2010, o semanário macaense ponto final.
em 2009, o banco chinês reforçou a aproximação a portugal, estabelecendo protocolos de cooperação com bes e o millennium bcp para facilitar o investimento entre a china e os países de língua portuguesa. mais recentemente, com a venda de 21,35% do estado na edp à china three gorges, o interesse do icbc em portugal tornou-se mais evidente, sendo que a aposta de bancos chineses no sistema financeiro luso foi uma das contrapartidas da proposta de privatização da eléctrica.
além disso, o icbc tem vindo a ser apontado como um dos potenciais futuros accionistas do bcp, no âmbito da operação de aumento de capital que o banco presidido por carlos santos ferreira está a preparar por meios públicos e privados. aliás, tal como o sol já avançou, as negociações para a entrada de chineses, bem como de brasileiros, como accionistas de referência do bcp estão muito avançadas. mas não é ainda claro se o capital chinês prestes a entrar no bcp será por via do icbc ou de outra instituição chinesa, como o china development bank, que foi, por exemplo, quem suportou a privatização da edp e que já é parceiro de crédito do bcp em moçambique, no millennium bim.