SOL&SOMBRA

Quem está ao SOL e quem ficou à SOMBRA. A semana vista por José António Lima.

sol…

vasco graça moura

vai presidir ao centro cultural de belém, um cargo com uma importante margem de intervenção na área da cultura e, também, com visibilidade pública. herda alguns problemas, como as crescentes dificuldades financeiras do ccb (que levaram, por exemplo, ao fim da festa da música) ou os conflitos com a gestão do museu berardo. se o radicalismo das suas posições políticas suscita críticas e anticorpos, já nos meios culturais o seu nome e a sua obra são consensualmente reconhecidos. depois de outros cargos de relevo que desempenhou na área cultural, chegou o desafio do ccb.

miguel macedo

confrontado nos jornais com uma carta de protesto de superintendentes da psp, que ainda não recebera, e vendo na televisão o próprio director nacional da psp dar curso a esses protestos, o ministro da administração interna só tinha uma saída política. e não hesitou em demitir guedes da silva, e restante direcção, nomeando um novo responsável da psp, que pela primeira vez será dirigida por um oficial de polícia e não por um militar. fez o que tinha a fazer, mas a falta de meios e de verbas, devido às restrições orçamentais, ameaça continuar a alimentar os protestos.

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cavaco silva

três dias depois das fatídicas declarações, veio reconhecer que errou no modo como se exprimiu sobre a insuficiência das suas reformas (apenas referindo, ainda por cima, o montante da menor, da cga) para cobrir as despesas. deu meia mão à palmatória, o que já não é pouco vindo de quem vem. mas nem assim conseguiu travar a onda de protestos que desencadeou. e que se lhe vai colar à imagem até ao final do mandato. há momentos, de facto, infelizes.

domingos névoa

no meio da crise e da depressão cívica ainda há boas notícias. seis anos depois, o supremo tribunal de justiça condenou o empresário bracarense a cinco meses de prisão por tentativa de suborno (com «dolo elevadíssimo», diz o stj) ao vereador josé sá fernandes, no chamado caso bragaparques. afinal, nem sempre a corrupção escapa entre os alçapões da justiça – ainda que sentenças incompreensíveis, como a do tribunal da relação que em 2010 absolvera o empresário, suscitem as piores dúvidas e inquietações.

josé antónio lima