Portas tenta salvar condenado à morte na China

O Governo tem vindo a desenvolver esforços diplomáticos na tentativa de travar a execução de um cidadão português na China. O caso, que está a ser tratado ‘com pinças’ pelas autoridades portuguesas, já motivou também o apelo público da presidente da Assembleia da República, Assunção Esteves, e do PS.

segundo a amnistia internacional (ai), que tem em curso uma petição on-line apelando à comutação da pena, lau fat-wai foi detido na china em abril de 2006, acusado de transportar drogas e de contrabandear materiais para fabrico de estupefacientes. em 2009 foi condenado à morte, sentença que foi confirmada em segunda instância em setembro de 2011. o caso está agora em apreciação no supremo tribunal popular. a ai adianta que lau fat-wai residia em macau e tem 51 anos.

questionado pelo sol sobre o acompanhamento que está a ser feito a este caso, o ministério dos negócios estrangeiros (mne) respondeu que «tem acompanhado a situação e tem vindo a desenvolver algum trabalho diplomático relativamente ao caso». uma posição que foi também transmitida, esta semana, numa reunião com responsáveis da amnistia. «ao contrário do que pensávamos, o ministério está a seguir atentamente o caso», diz teresa nogueira, coordenadora do grupo da china na organização,

na passada semana, a presidente da assembleia da república, assunção esteves, juntou-se ao apelo da ai, manifestando-se contra a execução do cidadão português de etnia chinesa. uma posição assumida em comunicado e que foi acompanhada por um mail dirigido a todos os deputados, pedindo a «maior atenção» para este caso. já esta semana, também o ps se pronunciou. joão ribeiro, secretário internacional dos socialistas, transmitiu a zhang beisan, embaixador da china em portugal, que o ps considera «a pena capital inútil e cruel, e que tanto portugal como a união europeia se opõem incondicionalmente à pena de morte».

fora destes apelos vai ficar o grupo parlamentar de amizade portugal-china. «temos uma tradição de não ter nenhuma iniciativa desta natureza», disse ao sol vitalino canas, presidente do grupo, estendendo este princípio ao parlamento. «no meu entender não faz sentido a assembleia pronunciar-se sobre assuntos internos» de outros países, defende, atribuindo a posição da presidente da assembleia a uma «iniciativa pessoal» – «enquanto deputados é justo e razoável que tomemos posição».

segundo teresa nogueira a petição lançada pela airecolheu até agora 3000 assinaturas, número que «para portugal é muito bom».

susete.francisco@sol.pt