no ano passado, o gabinete do secretário de estado-adjunto do primeiro-ministro, carlos moedas, celebrou um contrato com o brunswick group para «apoio na área da comunicação internacional no âmbito da execução do memorando de entendimento». em dezembro, o gabinete de moedas dizia ao sol «não excluir a possibilidade de voltar a recorrer aos serviços da brunswick group», o que, afinal, não veio a acontecer.
nos jornais internacionais portugal continua a fazer títulos e não por boas razões. um artigo do financial times sugeriu que portugal e grécia deveriam declarar já falência, enquanto que o wall street journal insistia que portugal vai ter mesmo que pedir um segundo pacote de ajuda financeira.
contactado pelo sol, o gabinete do secretário de estado-adjunto admite ter desistido da assessoria que era feita pelo brunswick group ou para tratar da imagem externa do país. «entendeu-se que não é necessário», garantiu fonte oficial.
no verão do ano passado, o governo tinha escolhido o brunswick group por ajuste directo (63 mil euros por um contrato de três meses) «dada a enorme experiência internacional do grupo» e porque «o serviço prestado constituiu importante contributo para definir uma eficaz comunicação externa da boa execução que portugal está a fazer dos compromissos assumidos junto dos nossos parceiros internacionais».
mesmo assim, nas últimas semanas, o governo tem-se esforçado por marcar presença nos meios de comunicação internacionais, como resposta aos ataques que vai sofrendo. carlos moedas publicou um artigo no wall street journal, garantindo que portugal vai recuperar competitividade apesar dos «ventos contrários». o tiro, contudo, não foi certeiro. o mesmo artigo acrescentava que, com o corte na despesa pública, ia ser possível descer os impostos, mas o próprio moedas viria a público esclarecer que se tratou de um erro da tradução das suas palavras para inglês.
no início do mês, foi vítor gaspar quem deu uma entrevista ao financial times para garantir que portugal vai cumprir o acordo com a troika. e já esta semana miguel relvas disse ao jornal espanhol abc que portugal está a ser «um caso de sucesso» como a irlanda.
no meio deste turbilhão, o governo está também a mexer nas próprias assessorias de imprensa das embaixadas. em alguns casos, como madrid ou brasília, os assessores de imprensa foram mandados regressar.