o ex-ministro da presidência, pedro silva pereira, responde que cavaco «não tem autoridade moral para criticar» sócrates, considerando mesmo que o pr «foi o campeão da deslealdade no exercício das suas funções», referindo-se ao ‘caso das escutas’ em belém. renato sampaio, ex-líder do ps-porto, considera que cavaco «após a sua reeleição só teve um objectivo – derrubar o governo legítimo da república, do ps». para o deputado temos um presidente amargo, rancoroso e vingativo» e com «uma falta de nobreza nunca antes vista».
para o deputado josé lello, as acusações de falta de lealdade institucional do pr ao ex-primeiro-ministro são «mais um episódio» de um chefe de estado «instável» que «se não estiver bem, que se trate».
«cavaco silva, se tem algum problema, que o resolva. e está muito enganado, se julga que se reabilita, provocando divisões entre os portugueses. a história, em devido tempo, não perdoará a quem assim exerce o mais alto cargo da nação. apelo, sinceramente, aos portugueses: ajudemos cavaco silva a terminar com dignidade o seu mandato», escreve o ex-secretário de estado de sócrates pedro marques na sua página do facebook.
josé junqueiro, outro ex-governante de sócrates, usa as palavras de cícero para criticar o actual pr: «até quando, enfim, ó catilina, abusarás da nossa paciência? por quanto tempo ainda esse teu rancor nos enganará? até que ponto a (tua) audácia desenfreada se gabará (de nós)?».
«o presidente da república falou de deslealdade?! é preciso muita desfaçatez, digo eu! ninguém lhe diz que é preciso que ele se ajude a si próprio a acabar o exercício da função com dignidade? chega!basta!», reage a ex-governadora civil do porto, isabel santos, enquanto a ex-secretária de estado da modernização administrativa, maria manuel leitão marques, desabafa: «uma vez mais, não havia necessidade!».
do lado da actual direcção, miguel laranjeiro classifica de «lamentável e inapropriado» as declarações de cavaco. «portugal nunca tinha assistido a um presidente da república, em pleno exercício da sua função, a querer fazer história, a sua história. parece um ajuste de contas, fora de tempo, e mais próprio de actores políticos partidários, mas não do pr», afirma, acrescentando: «o momento que portugal hoje vive, exige de todos os políticos um grau de responsabilidade acrescida, a começar, claro está, pelo presidente da república».
na mesma linha, antónio galamba sublinha que «no estado em que está o país, com os impactos negativos na vida das pessoas, das famílias e das empresas, o presidente deve ser um factor de coesão e não um agitador de revanches com o passado, a título de memórias».
o ex-candidato presidencial manuel alegre considera que as acusações de falta de lealdade institucional do presidente da república a josé sócrates são um «ajuste de contas e um ataque pessoal que não fica bem à primeira figura do estado».
«é a primeira vez que vejo um presidente da república vir ajustar contas com um primeiro-ministro ‘a posteriori’, depois de este ter deixado o cargo. é um ajuste de contas, um ataque pessoal que não fica bem à primeira figura do estado», disse à agência lusa manuel alegre.