GFK sobre audiências da RTP: ‘fomos alvos de críticas quando ainda não estávamos a fazer nada’

O director-geral da GfK, António Salvador, afirmou hoje, em declarações à Lusa, que a empresa começou a ser alvo de críticas ainda antes de apresentar os primeiros dados das audiências, que foram divulgados a 2 de Março.

«nós fomos alvos de críticas quando ainda não estávamos a fazer nada», disse antónio salvador, em declarações à lusa 12 dias depois da gfk ter começado a medir as audiências televisivas em portugal.

a empresa ganhou o concurso de audimetria e arrancou com as medições a 1 de março, mas tem sido alvo de críticas, nomeadamente da rtp, depois dos dados terem apontado uma quebra de audiências para a televisão estatal e após um ‘apagão’ que colocou o programa ‘portugal no coração’ sem audiência durante meia hora.

«nós começámos no dia 1 de março dando informação no dia 02 porque essa informação é das 2h30 da manhã desse dia até 2h30 do dia seguinte», o que é considerado o dia televisivo, explicou antónio salvador.

«só demos a informação às 8 horas da manhã do dia 2. todavia, no dia 1 à noite já estávamos a ser criticados e severamente», salientou o responsável.

questionado pela lusa sobre as razões destas críticas, antónio salvador considerou que estas têm a ver com os resultados.

«sinceramente, acho que estamos a ser criticados porque a natureza dos resultados desgosta os críticos», disse.

«há apenas uma fonte de crítica», afirmou, sublinhando que «todas as decisões na caem [comissão de análise de estudos de meios, que regula a medição de audiências] são feitas por unanimidade, não há nenhuma secção que não tenha votado favoravelmente, não há nenhuma secção que não se mantenha de acordo com a solução que existe».

para antónio salvador, a solução tecnológica que a gfk tem para medir audiências até «pode ter alguns problemas iniciais», mas isso «não tem qualquer importância na qualidade de informação obtida. o que é importante é a qualidade do painel».

e em relação a isso, «acho que ninguém consegue fazer um painel melhor que nós», garantiu.

em relação às críticas sobre uma sub-representativade na faixa etária acima dos 60 anos, antónio salvador desvalorizou.

o painel «é um puzzle que nunca está completamente ajustado.

todos os dias há acertos, todos os dias temos de fazer assistências, substituições, porque há lares onde a colaboração não é boa [os espectadores têm de ligar um comando específico quando vêem televisão], onde há lares onde não é possível obter condições funcionais», explicou.

«todavia a população que está nas células que estão em estudo é sempre multiplicada por um factor ponderador de tal forma que no fim, todos os dias, tem a mesma representação para o total de indivíduos representantes daquela célula. ter mais ou menos é apenas um ajuste do ponderador», adiantou.

o painel é composto por 1.100 lares para que diariamente seja produzida informação a 1.000 «porque há sempre uma margem de lares que por um motivo ou outro não estão a funcionar devidamente», disse o director-geral.

questionado sobre qual o tempo necessário para que o painel estabilize, antónio salvador afirmou que apesar de não haver uma estimativa definida, «dois meses é um período prudente de observação».

antónio salvador lembrou que de acordo com o que está no contrato, a gfk irá «fazer uma substituição entre a 20 a 25 por cento dos membros do painel» todos os anos.

já sobre as diferenças de audiências relativas às realizadas anteriormente pela marktest, antónio salvador disse que «a comparação de resultados tem sido uma constante», mas escusou-se a fazer comentários sobre «os sistemas dos outros».

actualmente, trabalham na empresa de audimetria cerca de 24 pessoas.

lusa/sol