«não sei até que ponto as suas teorias se aplicam ao mundo real, mas aposto que seria um craque no sid meier’s civilization!», criticava um aluno da sua disciplina de riqueza e pobreza das nações, em 2004. sid meier’s é um videojogo de estratégia muito popular, cujo objectivo é construir um império que domine todas as outras civilizações.
álvaro santos pereira deu aulas na ubc entre 2000 e 2004, antes de partir para inglaterra. voltaria ao canadá, à simon fraser university onde se manteve até ser convidado por passos coelho para integrar o seu governo. militante do psd, é oriundo de viseu, mas aí poucos se lembram dele ou da sua maneira de ser.
a sua personalidade acaba por ser melhor descrita pelas dezenas de alunos que lhe passaram pelas mãos na ubc e que o sujeitaram a avaliação no site rate my professors, que engloba todas as universidades dos eua, canadá e reino unido. recebeu a nota média de 3,7, o que equivale a um suficiente, mas que, mesmo assim, o coloca ligeiramente acima da média dos professores daquela universidade.
é consensual que raramente chega a horas (uma vez cancelou a aula por email poucas horas antes) e demora muito tempo a publicar as notas, mas os exames são fáceis.
«os testes são fáceis se memorizares as suas notas e os seus textos. não vale a pena tentar trazer perspectivas novas, acabas prejudicado», avisa um aluno, enquanto outro, que assistiu às suas aulas de macroeconomia, prefere usar a ironia: «é de longe um dos poucos professores que me faz querer aprender mais sobre economia! é que basta memorizar as notas que tiramos nas aulas para ter uma boa nota, como aliás toda a gente faz».
e algumas das suas ideias não são nada populares junto dos alunos: «estive todo o ano preso à armadilha da teoria malthusiana!». o economista do séc. xviii thomas malthus considerava que deve-se controlar a natalidade para garantir o bem estar da população mundial e evitar fomes.
há uma coisa que parece certa: não é um professor minimamente engraçado, mas os alunos apreciam quando diz mal dos franceses. «gosta de criticar os franceses. aí, sim, torna-se engraçado».
em geral, os alunos consideram que tem boa-vontade, mas que pode tornar-se muito confuso. «às vezes fala vezes sem conta das mesmas coisas ou então dá matéria sobre vários séculos numa só aula»; «é simpático e inteligente mas é muito desorganizado»; «provavelmente é um homem brilhante mas é extremamente desorganizado», são algumas das queixas, nomeadamente, de alunos da disciplina história económica da europa.
actualmente, álvaro mantém o seu vínculo à simon fraser university. o seu nome continua a constar como professor associado e, curiosamente, a sua licença termina em outono de 2014 – quase um ano antes de terminar o actual mandato neste governo. é que as licenças são dadas por três anos, mas podem ser renovadas. se álvaro resistir a uma remodelação e conseguir ficar ministro até ao fim.