Na maioria dos casos, a alteração coincide com a mudança de proprietários ou com a chegada de nova gerência. Se no passado raros eram os casos que seguiam tal política – o 2001, por exemplo, tem o mesmo nome há quase 40 anos –, hoje torna-se quase obrigatória a mudança. Também, regra geral, opta-se por nomes ingleses, sinal de que as novas gerações têm estudos e gostam de línguas estrangeiras. Quando se muda radicalmente ou se pretende fugir da imagem que a casa construiu, percebe-se a alteração, mas o mesmo não se passa quando se mantém tudo na mesma, até porque os bares e as discotecas continuam a ser conhecidos pelo nome original. Por falar em nome original, diga-se que uma das discotecas que mais tem mudado de denominação é o antigo T-Clube, que já foi Spicy, One, Absolut e de novo One. Até aqui nada de novo, já que o conceito da antiga casa de José Manuel Trigo morreu nos finais da década de 90. O que se regista aqui é o facto de uma marca de bebidas ter ‘comprado’, durante seis meses, o nome da discoteca, à semelhança do que fazem algumas marcas com os estádios de futebol. Confesso que estranhei a decisão, atendendo a que outras marcas de bebidas alcoólicas sempre que fazem uma festa numa determinada casa acabam por ficar na lista negra das outras. Recordo-me mesmo de que essas empresas acabaram por optar fazer as tais festas ao domingo para não prejudicarem os seus clientes habituais. É que a rapaziada da noite é muito sensível à concorrência. Quanto ao vodca em questão do antigo T-Clube, a marca achou que era um bom investimento e não se incomodou com as outras casas. A noite, de facto, tornou-se um bom laboratório do dia. Além da animação, é claro.
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