«esta visita acontece num momento simbólico.
precisamente há um ano, uma decisão do conselho de segurança das nações unidas,
que portugal apoiou claramente, permitiu evitar aquilo que teria sido um
verdadeiro massacre», disse paulo portas referindo-se aos ataques da nato
contra as forças de kadafi.
paulo portas recordou
que, «há um ano, precisamente nestes dias de março, os tanques de kadafi
estavam muito perto de bengazi» e «a população não tinha maneira de se
defender».
o ministro dos negócios
estrangeiros lembrou que a decisão das nações unidas, «com o apoio de
portugal», facto que «deve encher de orgulho» os portugueses, evitou «um
massacre e uma guerra civil sem controlo».
«coisa que, felizmente,
não sucedeu», referiu paulo portas, que cumpre hoje o segundo dia de visita ao
país, onde já se encontrou com empresários portugueses, com o ministro dos
negócios estrangeiros e com o vice-primeiro-ministro.
«as autoridades líbias
falam do papel de portugal no conselho de segurança, do reconhecimento de
portugal do conselho nacional de transição e da posição que nós tivemos e que
foi sempre favorável para fazer sair o país daquela ditadura, única na história
e comparável à coreia do norte, porque o poder era completamente totalitário e
pessoal», recordou o ministro dos negócios estrangeiros que confia no processo
de transição em curso.
«é muito importante que
haja eleições e que haja, como está previsto no calendário, uma legitimação
democrática daqueles que vão governar o futuro da líbia. o país está
precisamente nesta fase de transição, só tem um orçamento aprovado há três
semanas e o governo é provisório», disse paulo portas que na segunda-feira
afirmou que tripoli tem intenção de preservar os «contratos» com portugal.
«é intenção das
autoridades líbias preservar juridicamente a estabilidade dos contratos com
portugal» disse paulo portas que defende a manutenção dos interesses das
empresas portuguesas no país.
hoje paulo portas
reúne-se com o presidente do cnt (órgão político da rebelião que derrubou o
regime de muammar kadhafi em 2011), com o ministro das finanças e com o
governador do banco central antes de partir para berlim, onde vai participar
num encontro promovido pelo homólogo alemão sobre a europa.
lusa/sol