‘A TAP e a CGD não são excepções’

Em vésperas de visitar Luanda, Vítor Gaspar deu uma entrevista ao SOL.

as ‘excepções’ da tap e cgd nos cortes salariais fragilizaram o governo. por que as aceitou?
não há excepções. está prevista a suspensão do subsídio de natal e do subsídio de férias para todos os trabalhadores das empresas de capital maioritariamente público e cortes médios nos gastos com os salários de 5%. na tap e na cgd não serão pagos os subsídios de férias e de natal e aplicam-se as medidas de redução remuneratória de 2011. esta redução poderá ser realizada noutras componentes remuneratórias para além da fixa, na condição estrita de que se obtenha o mesmo corte.

por que vai o ministro das finanças controlar o qren e o proder? foi uma exigência sua?
a forma como esta questão tem sido noticiada é profundamente infeliz. o modelo de gestão dos fundos comunitários e extracomunitários permanece inalterado. as decisões continuam a ser tomadas pelos ministros sectoriais. a liderança política sobre a gestão do qren compete ao ministro da economia. tenho com ele excelentes relações de cooperação. o ministro das finanças tem a responsabilidade pela coordenação do trabalho necessário para assegurar o cumprimento das nossas obrigações no âmbito do programa de ajustamento.

na polémica da electricidade, passa a ideia de que o ministro das finanças cede à influência de antónio mexia, e isso está a causar mal-estar no governo. a negociação das rendas vai ser dura – ou vão ter que ser os consumidores a pagar sempre a factura?
um dos eixos de acção da agenda de transformação estrutural é a redução de rendas e sobrecustos nos mercados de produto. é importante que a economia portuguesa beneficie de um choque de abertura e concorrência. as acções a tomar no sector da electricidade, assim como nos sectores das telecomunicações ou dos medicamentos, foram objecto de acordo com os nossos parceiros internacionais. a alteração das condições que se aplicam à cogeração e garantia de potência ocorrerá de acordo com o já anunciado. do mesmo modo, avançará a renegociação dos contratos com os operadores relevantes. em suma, no sector da electricidade, tal como noutros sectores, o governo está empenhado em reforçar o funcionamento dos mecanismos que caracterizam uma economia de mercado aberto e concorrencial.

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