mais de 200 retratos compõem a exposição póstuma de helmut newton na capital francesa, para onde o fotógrafo, nascido em berlim, se mudou em 1961. foi nessa altura, quando as manifestações feministas começaram a ganhar corpo, que o fotógrafo alemão iniciou a colaboração com as revistas de moda vogue e harper’s bazaar.
mas só na década seguinte o subtexto fetichista do trabalho de newton ganhou um sentido literal, com nus femininos integrais em poses de dominatrix.
entre 1980 e 1993, a nudez foi ampliada através da série ‘big nudes’ (grandes nus), atracção maior da exposição: retratos de dois metros com mulheres de salto alto e peito erguido, que obrigam o público a esticar o pescoço e sentir a sua superioridade. quem diria que foram inspirados em retratos policiais de identificação de terroristas alemães.
mas nem só de nus se faz a retrospectiva parisiense do ícone que acreditava que o bom gosto «é o pior que pode acontecer a um artista». entre as mulheres de elite que posaram para a sua câmara, consta uma bem vestida margaret thatcher, a primeira mulher primeira-ministra na europa.
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