IMI: Revolta alastra nos autarcas do PSD

Os alertas para o impacto da subida do IMI não vêm apenas dos contribuintes. No poder autárquico surgem também vozes contra um agravamento fiscal demasiado abrupto. E uma das que fala mais alto é a do presidente da Câmara Municipal das Caldas da Rainha, Fernando Costa, eleito pelo PSD.

neste município, têm de ser avaliados 28 mil prédios e apenas 500 foram alvo de actualização patrimonial. como os avaliadores estão em protesto contra pagamentos demasiado baixos pelas finanças, o ritmo de avaliação está aquém do previsto.

segundo explicou ao sol fernando costa, têm havido poucas reclamações, mas há «uma dezena de casos evidentes», em que foram apresentados recursos de reavaliação. por exemplo, uma fracção para uso comercial com mais de 40 anos, antes avaliada em 45 mil euros, passou para 119 mil euros. pagava de imi 317 euros e vai passar a pagar 476 euros, um acréscimo de 67%.

costa diz que em todo o país o imi vai traduzir-se «num aumento colossal», antecipando subidas superiores a 50%. «o problema não são só as avaliações, mas as taxas máximas, que deviam baixar», diz o autarca, que não se coibiu de manifestar a sua preocupação com o imi, no congresso do psd, no fim-de-semana passado. na altura, costa, classificou os aumentos em curso como um «exagero», pediu aos governantes do psd que «não deixem que isso aconteça» e deixou um aviso: «eu vou-me revoltar».

segundo o autarca laranja, deve haver uma repartição mais justa entre o esforço fiscal de prédios avaliados e não avaliados: os prédios avaliados não subiam mais de 20% e os já avaliados desciam 10%.

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