Face to Face

Antes de chegar a maputo, uma amiga avisou-me: «Tens de ir às festas do Tom. São a grande onda do momento».

Realizadas no jardim da sua casa – que tem uma pista de dança improvisada, um DJ para a ocasião e um bar com quatro amigos que servem desde caipirinhas às demais bebidas, além de salgados – as festas são procuradas por artistas moçambicanos e estrangeiros. O sucesso é tal que a partir de determinada hora é preciso colocar um porteiro para pôr alguma ordem na procura. Fica em Coop e, ao que dizem, é um dos locais a não perder. Infelizmente, no passado fim-de-semana não pude passar por lá, já que as tais festas só acontecem uma vez por mês. Assim sendo, restou-me ir aos clássicos: CFM, Ice e Face to Face. O primeiro continua igual, com os portugueses em maioria, seguidos dos moçambicanos, mais elas que eles, e onde alguns brasileiros também dão um ar da sua graça. Um jogo de matraquilhos nas traseiras permite descomprimir do jogo da dança. É uma sensação bem curiosa estar a beber copos num bar que fica no cais da estação. Imagine-se a de Santa Apolónia com um bar-restaurante-dançante com uma clientela diversificada e de origens diferentes. O mais parecido que temos, talvez seja o Clube Ferroviário… Já no Face to Face, a passada, o mesmo que slows ou tarrachinhas, é rainha. Numa pista de dança, à antiga, os convivas encaixam-se ao som de Zouk. Os europeus tentam brilhar, mas só o conseguem por simpatia. Como em quase todos os espaços de diversão nocturna, há coisas para se comer, que vão desde os pregos a chamuças, acabando nas moelas, um petisco muito apreciado por estas bandas. Situado na Feira Popular, é um clássico a não perder. Já no Ice, a história parece mais europeizada. É uma discoteca, toda em branco, com vista para as duas vizinhas Coconut’s e Lounge. Uma espécie de centro comercial de discotecas onde não falta animação. As pessoas também estão muito mais predispostas a isso do que em Portugal.

vitor.rainho@sol.pt