Para esclarecer todos os contornos do caso, Ricardo Costa, ex-presidente da antiga Comissão Disciplinar da Liga, defende que a FPF abra um processo de averiguações. Isto porque, caso haja indícios de corrupção, coacção ou ilícito desportivo, tanto o Sporting como o seu vice-presidente poderão ser sancionados. Para Ricardo Costa é importante que se verifique «quem fez, o que fez e por que fez».
No entanto, Rui Alves, presidente do Nacional, afirmou esta semana que pretende avançar já com uma providência cautelar «para impedir a realização da final da Taça da Portugal». Na sua opinião, os comportamentos de Pereira Cristóvão põem em causa a isenção da arbitragem. Alves acusa o dirigente do Sporting de «viajar com as equipas de arbitragem» e de ter «acesso a dados que não estão ao alcance de mais nenhum dirigente desportivo». Já Carlos Pereira, presidente do Marítimo, disse ao DN que vai «aguardar que a comissão disciplinar da Federação e da Liga abram um inquérito para serem apurados todos os factos».
O presidente do Sporting, Godinho Lopes, afirma que «o clube não tem o direito de declarar ninguém culpado», justificando assim o regresso de Pereira Cristóvão à vice-presidência. No entanto, o dirigente revelou que decidiu «por iniciativa própria» abrir um inquérito interno, frisando que o clube «não pactua com dúvidas». Godinho lembrou, aliás, que renunciou ao cargo de vice-presidente do clube depois de ter sido detido num caso em que era suspeito de corrupção (o dos barcos da Expo 98). Sublinhou que o fez «por razões de consciência» e por considerar que «não se devem misturar atitudes e decisões individuais com o clube».