estas informações terão de constar do prospecto da oferta pública de
aquisição (opa) que a cimenteira brasileira lançou sobre a concorrente
portuguesa, no dia 30 de março, e que vários accionistas da cimpor reclamam
para tomarem uma decisão final sobre se vendem ou não as suas participações –
já que o preço de 5,5 euros por acção tem sido considerado pouco atractivo.
a falta de informações começou por ser apontada pela administração da
cimpor, no relatório que produziu em meados de abril sobre a oferta da camargo.
suspeitas de acordos
esta semana, no parlamento, o presidente da cmvm reconheceu haver
insuficiências na oferta já comunicada ao mercado. «algumas questões têm de ser
completamente compreendidas quando o prospecto for publicado», declarou carlos
tavares, salientando que o regulador do mercado ainda não tem «toda a
informação que considera essencial», para que os accionistas saibam que empresa
será a cimpor após a opa.
a cmvm quer que o prospecto «reflicta exactamente o que vai acontecer na
troca de activos, que activos e como são avaliados», de forma a que a
contrapartida não seja superior ao preço. em cima da mesa está a possibilidade
de a votorantim, também do_brasil, sair da estrutura accionista da cimenteira.
a contra-partida para esta concessão seria ficar com algumas fábricas da
cimpor.
ambas as partes já negaram ter um acordo para uma futura divisão de
activos da cimpor, após a opa, mas as interrogações são muitas. antónio borges,
consultor contratado pelo governo para as privatizações e para as parcerias
público-privadas, admitiu esta semana, também no parlamento – horas antes de
carlos tavares falar – a existência do acordo entre as duas empresas
brasileiras, ao dizer que seria «interessante» que a cmvm «conseguisse que eles
o ponham em público», garantindo que desconhece o seu teor.
tânia.ferreira@sol.pt