«o programa de assistência, de grande austeridade, vai ter que ser, muito provavelmente, prolongado», escreve amado, no prefácio do livro do ex-eurodeputado joel hasse ferreira, união europeia: hoje e o futuro. a previsão do ex-governante é feita ao mesmo tempo que deixa um alerta para a actual situação de portugal: «a margem de manobra do país é muito limitada», a saída da zona euro teria «consequências dramáticas».
amado defende ainda que o futuro da união europeia passa pelo federalismo. «a crise do euro veio provar que não é possível uma moeda comum sem uma solução federal», sustenta, acrescentando que, com a ratificação do novo tratado orçamental, ou «o euro acaba» ou a zona euro «transforma-se num núcleo federador, em torno do qual se deverá organizar o espaço de integração da união europeia».
segundo o ex-chefe da diplomacia portuguesa, o novo tratado «põe fim a uma integração progressiva e simétrica» dos estados-membros. e, por isso, a partir de agora, os países terão de estar preparados para que a união europeia venha a ter novas dinâmicas e que a integração seja «flexível e diferenciada», ou seja, para uma europa a duas velocidades. para países como portugal, este será um desafio difícil, reconhece o socialista.