sem gastarmos mais do que ganhamos é possível equilibrar as contas, defendem. até porque é a única forma de ‘desvalorizarmos’ o euro. segundo eles, com menos gastos na mão-de-obra será possível pensar na retoma daqui a uns anos.
do outro estão aqueles que entendem que não devemos pagar nada as dívidas e que precisamos é de estimular o consumo, conseguindo dessa forma criar empregos e riqueza.
independentemente do que o futuro nos reserva, diga-se que uma das condições necessárias para atrair investimento estrangeiro – logo, mais emprego – passa por conseguirmos ser competitivos com outros países. o factor do preço e da qualidade da mão-de-obra é fundamental, mas há outros requisitos que são tão ou mais importantes. imagine-se que uma empresa se instala em portugal e que para conseguir as licenças de funcionamento é obrigada a pagar uma taxa de suborno. no caso de não aceitar, terá a vida mais dificultada e resta-lhe apresentar queixa às autoridades judiciais. e se essas autoridades levarem anos a resolver o problema? ou vão à falência, se dependerem apenas desse investimento, o que é pouco ou nada provável, ou zarpam para outras latitudes onde o seu dinheiro será bem aceite e onde não precisam de se sujeitar à corrupção ou às perseguições…
portugal atravessa uma grave crise financeira, mas, apesar de tudo, é apontado como um país cumpridor e que está a fazer bem o papel que lhe destinaram. logo se verá que resultados teremos. o que se torna mais difícil de perceber, e já nem é só ao comum dos mortais, é como o país consegue sobreviver a uma justiça onde os condenados endinheirados, sistematicamente, fogem à cadeia. o caso de isaltino morais, condenado várias vezes, é um escândalo inaceitável. como é possível a justiça permitir tamanhas golpadas legais? quando tomou posse, pinto monteiro, procurador-geral da república, disse que não iria permitir uma justiça para ricos e outra para pobres? isaltino consegue provar que sim…
apesar de ser um dos autarcas que mais desenvolveram o seu concelho, a verdade é que foi condenado e consegue fugir há muito ao cumprimento da pena, que vai sendo reduzida por alguns dos crimes prescreverem com os tais recursos… é um artista português. com obra…
vitor.rainho@sol.pt