o campo militar de aljubarrota, onde em 1385 teve lugar a importante batalha que derrotou o exército castelhano, demorou 625 anos para ser classificado como monumento nacional. mas o estatuto, ganho há ano e meio, já está ameaçado.
em 2010, a então ministra da cultura – gabriela canavilhas – assinou o decreto de classificação como monumento nacional. o que se pensa ser o campo militar onde decorreu a batalha ocupa 25 hectares, mas a zona de protecção especial (zpe) proposta é de 200 hectares, abrangendo os concelhos de porto de mós e batalha. e é isto que está no centro da contestação.
segundo a nova secretaria de estado da cultura, foram recebidas 167 reclamações de instituições privadas e públicas. «estão a decorrer reuniões com os representantes com o intuito de melhor se compreender as dificuldades levantadas», explica o gabinete de francisco josé viegas, em resposta a um requerimento de deputados do ps. «julgamos sensato aguardar pelos relatórios finais», acrescenta.
a assembleia municipal de porto de mós aprovou, em março, uma moção subscrita por todas as bancadas propondo a desclassificação do campo militar de são jorge de aljubarrota e a respectiva zep. isto por considerar que este perímetro vai pôr em causa o desenvolvimento da região e 600 postos de trabalho.
a secretaria de estado, contudo, nada diz sobre a demissão do historiador joão gouveia monteiro da comissão científica de classificação. segundo o ps, o historiador alega que «a breve trecho o campo militar vai-se transformar num parque de diversões».
os deputados socialistas joão paulo pedrosa e odete joão pedem «equilíbrio e sensatez» e não «megalomanias», lembrando que todos os envolvidos contestam o perímetro de 200 hectares, à excepção da fundação que construiu o centro de interpretação de aljubarrota.