«as probabilidades são elevadas», adiantou o socialista ao sol, no rescaldo do encontro com outros 45 deputados para debater as suas propostas, no âmbito daquela que será a mais profunda reforma da política agrícola comum (pac) na europa a 27.
se avançasse o projecto inicial da comissão europeia (ce), portugal estaria em risco de parar aquela que é considerada uma obra estrutural para o país, especialmente exposto a situações de seca. «foi com satisfação que vi o representante da comissão europeia revelar-se disposto a recuar nessa matéria», sublinhou capoulas santos, acrescentando que também há sinais de consenso entre os seus colegas da comissão de agricultura.
para finalizar o alqueva «falta assegurar um investimento de cerca de 500 milhões de euros», adianta fonte oficial do ministério da agricultura. a maior parte (425 milhões de euros) terá de ser assegurada por fundos comunitários, especifica fonte da edia, a empresa que gere a exploração do alqueva.
dificuldades acrescidas
sem as ajudas de bruxelas, os agricultores e produtores de gado do alentejo, mais dependentes do regadio, teriam dificuldades acrescidas em utilizar a água armazenada da albufeira do guadiana em situações de seca extrema, como a que está a acontecer este ano.
as negociações sobre a pac são particularmente sensíveis num cenário de crise financeira. o orçamento da pac foi reduzido em 10%, face aos 58 mil milhões de euros actuais. além disso, o ‘bolo’ total vai ser dividido por mais países, como é o caso da polónia ou da roménia.
a ce apresentou em outubro uma alteração à política comum que teria consequências dramáticas para os países do sul, como portugal ou espanha, que deixariam de receber financiamento para novos regadios.
o eurodeputado lembra, porém, que o processo negocial não está apenas nas suas mãos, mas também nas da ministra da agricultura, assunção cristas.
«portugal vai ter de apresentar o seu programa de desenvolvimento rural. se quiser incluir o alqueva nos pedidos de ajuda, poderá fazê-lo», explica capoulas santos. mas «cada estado-membro canalizará os fundos como quiser. pode utilizá-los em florestas, em medidas agro-ambientais ou em agro-turismo, por exemplo».
outra das novidades da pac em debate é a possibilidade de portugal receber mais 50 milhões de euros ao ano em ajudas, num cenário que aumentaria as verbas para o país para 350 milhões de euros no total dos sete anos. «quero tirar aos ricos para dar aos países mais pobres, como é o caso de portugal, roménia ou letónia», sustenta capoulas santos.
os colegas do eurodeputado têm agora até julho de 2013 para apresentar alternativas às suas propostas.