Por vezes, procuro saber quais as casas em questão para nunca lá pôr os pés. Apesar de nesses espaços haver, com toda a certeza, figuras bem mais engraçadas do que as tais ‘presenças’. O que é certo é que em Portugal não há assim tantos espaços que tenham dimensão nacional. Onde as pessoas que as frequentam têm onda e que saem à noite para se divertir genuinamente.
A verdade é que, tirando as tais meia dúzia de discotecas e bares, o resto é muito provinciano. Ninguém tem culpa de não ter mundo e de achar que as figuras que apareceram na televisão, num reality show, justificam uma ida à discoteca. Em qualquer capital com onda, os proprietários procuram que as modelos, actrizes e actores mais consagrados frequentem a sua casa. É normal, já que as pessoas gostam de estar ao lado daquelas com que se identificam ou que invejam. Invejam no sentido que também gostariam de ter a mesma profissão e o mesmo sucesso. Mas as tais revistas têm o dom de nos trazer à terra. Jogadores de futebol que noutras latitudes procuram apresentar-se com as mais plastificadas, leia-se cheias de silicone, aqui aparecem com os metralhas todos lá do bairro que só querem criar confusão.
Também é certo que todos os cenários nocturnos mudam de paisagem de acordo com quem estamos. Se vamos com um grupo de amigos, nós próprios fazemos a festa e pouco nos importa que ao redor o espaço esteja cheio de bimbos e figuras patéticas. Desde que não incomodem e não sejam agressivos, é indiferente.
É claro que quando se consegue reunir todos os condimentos para uma grande jornada nocturna, tudo é melhor. Mas quantas noites não gostámos da música e nos divertimos imenso? É tudo uma questão de disposição… l
vitor.rainho@sol.pt