o reencontro dos radiohead com o público português era aguardado há muito, só não se adivinhava o contexto trágico que agora ensombra a banda, depois de há quase um mês o palco do espectáculo em toronto, no canadá, ter caído. na sequência desse incidente, um técnico da banda morreu e foram cancelados sete concertos na europa. a digressão foi retomada esta semana, na terça-feira, e a iluminação e o som danificados em toronto foram resolvidos, recuperando o fortíssimo impacto visual que os radiohead conceberam para este espectáculo.
a última vez que a formação liderada por thom yorke passou por portugal foi há dez anos, para cinco concertos divididos entre os coliseus de lisboa e do porto.
no que diz respeito a nomes lendários, o alive não se esgota nos radiohead. hoje à noite os stone roses sobem ao palco optimus e amanhã será a vez dos the cure. da banda de ian brown e john squire não se sabe muito bem o que esperar, uma vez que desde que esta digressão começou os conflitos têm sido vários – o ponto alto foi a discórdia em amesterdão, com os músicos a insultarem-se em palco e, no encore, terem regressado sem o baterista.
duas horas a ouvir the cure
já os the cure prometem um espectáculo de, pelo menos, duas horas (em barcelona, no primavera sound, foram três horas de concerto), com robert smith, hoje com 53 anos, a mostrar que está em grande forma. à semelhança do que aconteceu em barcelona, a actuação dos britânicos no alive deve incluir todos os êxitos da banda – como, entre outros, ‘friday i’m in love’, ‘boys don’t cry’, ‘lovesong’ ou ‘just like heaven’ –, mas também os temas menos comerciais dos primeiros álbuns.
para as ‘massas’, haverá ainda, amanhã, o folk-rock orelhudo dos mumford & sons (que deverão apresentar algumas das novas canções do próximo álbum, previsto para setembro), a electrónica dos justice e dos lmfao e o pop rock dos snow patrol (estes três últimos tocam hoje). já no que toca ao público indie, a oferta é, maioritariamente, feita por veteranos. tricky, amanhã, e mazzy star, no domingo, são os dois nomes de culto do cartaz. porém, o músico e produtor inglês já não deverá interpretar na íntegra o histórico maxinquaye, devido ao cancelamento de martina topley-bird que estava previsto acompanhá-lo.
por fim, no que toca à presença nacional no alive, destaque para os buraka som sistema (sempre prontos para darem um grande concerto), paus (donos de uma energia contagiante e de duas baterias poderosíssimas) e b fachada (que deverá tocar canções do próximo álbum).