fotogaleria: as imagens do segundo dia do optimus alive.
as três horas de concerto estavam anunciadas há muito e, por aqui, já se sabia que robert smith perdia algumas vezes a mão ao rumo do concerto (este ano já os tínhamos visto no primavera sound, em barcelona), divagando por temas mais obscuros da banda, que só os fãs mais fiéis, conhecedores dos 13 álbuns de originas, identificam.
num alinhamento longo, de 36 canções, a progressão e o ritmo do espectáculo foi oscilante, percebendo-se que se o concerto tivesse sido mais curto não teria havido tantas desistências na plateia. mas para quem aguentou firme do início ao fim, foi recompensado com a oportunidade de ouvir ao vivo todos os êxitos dos the cure.
o trio de arranque, retirado do clássico disintegration, foi um regresso imediato ao passado. a viagem começou em ‘plainsong’, ‘pictures of you’ e ‘lullaby’ e o destilar de nostalgia continuou noite fora por temas como ‘lovesong’, ‘in between days’, ‘just like heaven’, ‘friday i’m in love’ e, já no segundo encore, ‘dressing up’, ‘the lovecats’, ‘the caterpillar’, ‘close to me, why can’t i be you? e ‘boy don’t cry’.
robert smith, com a sua pop gótica e melancólica, provou que os anos 80 foram, de facto, um período fértil da música britânica e os seus jeitos tímidos em palco, onde continua a abraçar-se a si próprio e a dançar como uma marionete enferrujada, continuam a ter eco numa plateia obviamente rendida aos the cure.
além da banda de robert smith, o segundo dia do optimus alive ficou marcado pelo regresso de tricky, expoente máximo do trip-hop, e pela estreia dos mumford & sons. o primeiro conquistou com uma actuação poderosíssima e energética, contagiando a plateia que acorreu ao palco secundário para o ver. em ‘ace of spades’, dos motörhead, convidou o público (em delírio) a subir para o palco e mostrou porque continua a ser uma das figuras mais fulgurantes da segunda metade dos anos 90. já os segundos, trouxeram a sua folk-pop orelhuda e, muitas vezes, fácil e pouco interessante ao palco principal e ficou provado que têm uma plateia vasta em portugal.
hoje é o dia mais aguardado do optimus alive, com o regresso, dez anos depois, dos radiohead.
