Muitos turistas europeus deixaram de ir para essas paragens e estão a gozar o seu período de férias em Portugal. No que à noite diz respeito, poucos são os espaços, tirando os mais kitsch, que apostam na diversão para estrangeiros.Toda a programação é feita para os nacionais. O que é um erro crasso. Se pensarmos que o festival Optimus Alive já tem este ano uma percentagem bastante considerável de festivaleiros europeus, mais concretamente do Reino Unido, percebe-se que se alguns empresários de animação nocturna do Algarve tentarem ‘agradar’ a esse público estarão a apostar no futuro.
Não é novidade para ninguém que os portugueses estão com menos dinheiro. Os ingleses, pelo contrário, estão numa situação bastante favorável: a libra está quase a 1.25 euros. O público que apostava na Grécia, por exemplo, tem todas as condições para se ‘fixar’ em Portugal. Só que não podem ser recebidos nas discotecas como se tivessem lepra. Ainda há um certo provincianismo de quem trabalha à noite sempre que aparecem ‘camones’.
Há muito que defendo que o Sul do país possui muito melhores condições do que Espanha para ter um Verão super animado. Ninguém, no que aos mais novos diz respeito, quer passar férias num local onde não há agitação. As nossas praias são melhores, o marisco e o peixe também, os preços são convidativos, só falta mesmo alegria ao final do dia e pela noite dentro.
É certo que se fala que algumas discotecas vão apostar forte no cartaz de DJ. Muitos nomes que irão a Ibiza passarão por cá, antes ou depois. Mas, além dos artistas dos pratos, o que é preciso é cativar esse público ávido de loucura e com poder de compra. Precisam de sentir que são bem recebidos e que quando se embebedam até à exaustão não vão acordar desfigurados. Os seguranças têm um papel determinante para a boa ou má imagem com que esse público ficará de Portugal. Até por isso, a Polícia devia de ter uma equipa especial para oVerão algarvio. l
vitor.rainho@sol.pt
