esta é uma das consequências imediatas da crise por que passa o vizinho espanhol, à semelhança do que se vive em portugal. em tempo de crise nada como nos adaptarmos às circunstâncias.
os relatos dos países que se ergueram no pós-guerra devem funcionar como alento. quem diria que os ‘mauzões’ dos alemães no final da guerra aproveitavam tudo para tentarem gozar umas ‘falsas’ férias? as pistas de sky ‘criadas’ com os tijolos dos prédios desfeitos davam uma sensação de felicidade às populações. foi também no pós-guerra que se assistiu a um ‘boom’ de nascimentos. nunca foram pois as dificuldades que aniquilaram povos. estes têm a capacidade de se reinventarem.
é numa conjuntura de crise que publicamos um especial férias que inclui sugestões para quem vai ou fica no algarve, lisboa e porto. há várias hipóteses, consoante a carteira de cada um. espera-se que quem não tem problemas financeiros não fique inibido de gastar. seria uma tontice completa e contribuiria para mais desemprego. quem tem uma vida verdadeiramente desafogada não deve entrar em pânico.
para as carteiras menos abonadas deixamos várias sugestões. a imaginação e a criatividade farão, de certeza, umas férias melhores. mas ao olharmos para os ‘bilhetes postais’ que publicamos, constatamos facilmente que o país está mais rico. há mais e melhores ofertas, o tempo dos patos bravos parece estar a desaparecer e nos vários nichos há propostas muito aceitáveis. portugal cresceu muito nos últimos tempos. no que diz respeito ao roteiro, onde mostramos o melhor que há, revelamos lugares menos conhecidos da maioria dos portugueses, restaurantes em conta, vistas para nos perdermos ou passeios de sonho ao alcance de pouco dinheiro. não é saudável viver sem sonhos, sem imaginar que se pode ir a algum lado.
subir o douro, por exemplo, é uma experiência única. é lógico que se houver dinheiro para ficar num dos belos hotéis da região e jantar num dos magníficos restaurantes, tanto melhor. o mesmo se passa no algarve. nada como viver para contar. mas se o dinheiro não chega para ir a muitos lados, também nada como aprender a saborear o que está ao nosso alcance. afinal, a vida é mesmo um carrossel.
vitor.rainho@sol.pt
