Divirtam-se…

Todos os anos a história repete-se. As discotecas do Algarve tentam a todo o custo que os empresários lisboetas que vão explorar espaços em Agosto não possam abrir portas.

As providências cautelares andam de um lado para o outro até que termina a época balnear a 15 de Agosto – a noite quase acaba nesta data – e não se volta a falar mais do assunto até ao próximo ano. Parece que o Governo quer mudar as leis, mas logo veremos como acabam as modas.

Tudo é muito simples. O Algarve se vivesse só com as discotecas antigas era um tédio para milhares de jovens. Se os proprietários instalados o ano inteiro se queixam de concorrência desleal, então que lutem durante os meses de Inverno para que as regras sejam iguais para todos. O que não parece difícil.Mas há argumentos utilizados nesta guerra que são anedóticos e só são utilizados por desconhecimento absoluto da comunicação social. Muitas das casas que se dizem abertas o ano todo só o estão para o vento, pois não têm nem empregados nem clientes.Estão pura e simplesmente fechadas.

Agora, se são obrigadas a exigências que as temporárias não são, têm razão. Ninguém, antigas ou novas, deveria abrir sem obedecer a critérios de segurança e higiene, além de ter os seus compromissos fiscais em dia. As regras devem ser iguais para todos.

Mas vamos à parte mais interessante da questão. Os milhares de clientes que andam entre o Bliss, Klube, Seven, Meo Spot, Wonderful e afins ficariam satisfeitos só com o Kiss, T-Clube ou Kadoc? Claro que não. Até porque não caberiam nesses espaços. Além disso, o turismo e o restante comércio local perderia com todas essas restrições. As discotecas sazonais contribuem e muito para os restaurantes, bombas de gasolina, hotéis, etc. Quem vai de uma localidade à outra consome antes de chegar à discoteca pretendida…

Por fim, não creio que empresários que chegam a gastar quase meio milhão de euros em DJ não tenham dinheiro para cumprir com todas as imposições das discotecas ditas abertas todo o ano. Divirtam-se.

vitor.rainho@sol.pt