Nas festas mais badaladas vale quase tudo para se conseguir um convite. Nunca fui adepto desta teoria, embora já me tenha divertido, e muito, em casas bem cheias. Numa das noites algarvias de que guardo melhores recordações, a discoteca estava a menos de meio gás. Chamava-se Locomia, hoje Le Club, e não estariam mais de 200 pessoas. Ao princípio estava tudo meio sem jeito, mas quando acabou o desfile de moda, os presentes começaram a ‘invadir’ a pista. ODJ de serviço cativou os presentes e notava-se que a alegria estava no ar. Muitos sorrisos e boa disposição. A noite prolongou-se, eu tinha ido fazer uma visita ao gerente da altura, o meu amigo Viriato de Sousa, e quando o artista dos pratos desligou a música o sol já tinha aparecido. Muitos dos presentes decidiram então tomar banho na Praia de Santa Eulália. No caminho para o hotel, comentámos que tinha sido uma noite inesquecível: boa música, bom ambiente e muito boa disposição. Uns anos depois, e apesar de ter sido muito mais rápida a noite, revivi esses momentos ao ouvir um dos melhores DJ da actualidade: Carlos Vargas. O house cantado conseguiu ‘encher’ a pista do Capítulo, que estava a menos de meia lotação. Antes tinha passado por uma discoteca onde estariam mais de três mil pessoas, mas onde mal se respirava. As confusões para entrar não demoviam as pessoas que, melhor ou pior, se mantinham numas filas intermináveis. Para a semana conto os episódios caricatos dessa noite.
P.S. Não há férias sem segurança. As autoridades policiais são indispensáveis e o seu trabalho é louvável. Mas não consigo entender, já não conseguia no passado, a forma como muitas actuam: com grande espalhafato, arrogantes, mandando bocas a mulheres e aparecendo à porta das discotecas como se todos fossem criminosos. Um pouco mais de contenção não seria mau.
vitor.rainho@sol.pt