Eleições americanas: à procura de um vice

Faltam menos de três meses para a eleição presidencial norte americana. Vai ser uma eleição cerrada e que, como em 2008, acabará por ser decidida pela votação em meia dúzia de Estados ‘indecisos’ – os swing states.

há quatro anos, obama foi eleito por uma curta margem, depois da queda de wall street em setembro ter quebrado a recuperação de john mccain.

não se pode dizer que seja uma escolha apaixonante: barack obama, que venceu na base de uma retórica inclusiva, acabou por ter uma presidência relativamente decepcionante, muito aquém do que os seus apoiantes esperavam. mitt romney não se liberta da imagem do republicano country club, nado e criado no privilégio e pouco firme de convicções, gerando a desconfiança dos mais ortodoxos, que constituem a base republicana.

mas o facto é que os conservadores, a direita do grand old party (gop), por muito pouco entusiastas que sejam de romney, são ainda mais inimigos de obama e querem ver-se livres dele em novembro. mas para mobilizar a direita, o candidato republicano teve que escolher bem o seu colega de equipa, encontrando alguém com sérias credenciais conservadoras em ideias e realizações.

vários se perfilavam: chris christie, o governador de nova jérsia, um conservador musculado, bem ao estilo do tea party; boby jindal, um americano de origem indiana e governador da louisiana; tim pawlenty, ex-governador do minnesota e um evangélico com ligação às classes trabalhadoras; marco rubio, senador da florida, um conservador cubano-americano de 41 anos que é uma estrela em ascensão no gop; rob portman do ohio e, last but not least, paul d. ryan, um congressista do wisconsin que tem liderado a política orçamental republicana no congresso, ganhando o respeito de amigos e adversários e que acabou por ser o escolhido.

ryan, com a sua fama de rigor fiscal e antidespesismo, fora o sujeito de um editorial do wall street journal – ‘why not paul ryan?’ – que despertou um enorme interesse polémico, no campo da direita, ao fazer a sua propaganda como o mais indicado dos aspirantes.

a designação de paul ryan, na manhã de sábado, 11 de agosto, caiu bem também entre os religiosos, como paul reed, que saudaram a escolha de um candidato claramente pró-vida e anti-aborto.

por outro lado, outros criticam-no por ser ‘muito jovem’ (ryan tem 42 anos) e uma criatura de washington. outra crítica é a sua falta de experiência em política externa, numa conjuntura em que a equipa da casa branca reivindica sucessos, nomeadamente na luta antiterrorista e no equilíbrio das relações com a rússia e a china.