Videoarte na espreguiçadeira

Até 26 de Agosto, o festival Fuso toma conta de seis espaços culturais da capital. Para quem não o conhece, o director António Câmara descreve-o como o certame veranil que anualmente «retira a videoarte dos museus e galerias e permite ver arte contemporânea a partir de uma espreguiçadeira ao ar livre e com entrada gratuita».

o primeiro dia inaugura-se com uma instalação na galeria bes arte & finança, com obras dos portugueses pedro costa – minino macho, minino fémea (2005) – e vasco araújo – about being different (2007) – e do norte-americano gordon matta clark – com uma mostra do seu conhecido trabalho sobre edifícios abandonados na década de 70.

a restante programação, sob a temática geral das relações em sociedade «vistas do ponto político, social e económico por artistas de lugares dispersos [entre eles jean-luc godard], da europa à china, passando pela argentina e o brasil», segundo o director artístico jacinto lageira, tem lugar nos jardins do museu da electricidade (22 de agosto), museu do chiado (23) e museu de arte antiga (24), no claustro do museu da história natural (25) e no terraço do clube ferroviário (26), sempre às 22h e às 23h30.

destaque para a secção competitiva, exclusivamente portuguesa, à qual foram submetidas 112 candidaturas, das quais 20 foram seleccionadas. a obra escolhida pelo júri, presidido por joão pinharanda mas do qual o público também faz parte, será comprada pela fundação edp, que atribuirá ainda um prémio de 2.500 euros ao vencedor.

o fuso integra a extensa programação do lisboa na rua (lisboanarua.com), da egeac, que inclui outro ciclo cinematográfico – o fitas na rua, a decorrer todos os sábados e domingos, às 22h, até 15 de setembro. aquele querido mês de agosto, de miguel gomes (1 setembro) e belarmino, de fernando lopes (15) estão entre as propostas deste último.

aisha.rahim@sol.pt