O repasto foi divertido e o ambiente bastante familiar apressou-nos a despedida. Já a caminho de Tavira, ouvíamos músicas de outros tempos, com um dos presentes a perguntar se os sons eram do tempo do D. Afonso Henriques. Chegados a antiga Ubi, hoje Wonderful, fomos recebidos pela tia Maya, que não estava tão exuberante como noutras ocasiões, mas não deixava, apesar de tudo, os créditos por mãos alheias.
Confesso que estava à espera de encontrar um público muito jovem, mas não foi nada disso que vimos. Era quinta-feira e a discoteca apresentava muita gente na casa dos 25/40 anos. Rimo-nos imenso e passado pouco tempo arrancámos para o destino seguinte: Vilamoura, de onde tínhamos começado a viagem. Aí chegados, o motorista de serviço entendeu que havia uma abertura entre dois carros e que dava perfeitamente para estacionar. Saímos em direcção ao Seven onde uma multidão de gente tentava a todo o custo entrar para ouvir o DJ Erick Morillo.
Quem nos safou à entrada foi a Helga Barroso. Lá dentro fazia um calor insuportável e não nos aguentámos mais do que meia hora. Afinal, ainda havia muita estrada para fazer. Queríamos ver tudo e cumprimentar alguns amigos. Quando chegámos ao carro, o motorista tentou fazer a manobra para nos irmos embora, mas nada. O carro tinha ficado atascado na areia da praia de Vilamoura.
Como sou um inábil total na matéria, disse para chamarmos o reboque. «Estás doido? Achas que ainda aparecem hoje?», disse-me o motorista. Aos poucos, foram-se juntando e dando palpites vários noctívagos que pretendiam ainda entrar na discoteca. Mas percebi que alguns dos presentes não se afastavam do carro por consideração ao homem do volante.
Como por artes mágicas, apareceram cabos, outros foram buscar um carro, outros tiraram areia debaixo dos pneus… e ao fim de mais de uma hora lá conseguimos sair. O relógio aproximava-se das cinco e o motorista Luís Evaristo ainda teve coragem de nos levar ao Capítulo, pois já não dava para ir a outras capelas. O Rui Caralinda recebeu-nos ao som de Carlos Vargas. l