As mesas onde se costumavam sentar estavam ocupadas pelos forasteiros – que na altura alimentavam as páginas da extinta revista Olá – e mesmo à porta tinham que esperar longos minutos até conseguirem entrar. O equilíbrio nem sempre era fácil e quando acabava o Verão prometiam que nunca mais lá punham os pés.O que foi acontecendo aos poucos, também por variadíssimas razões. Económicas, de idade e de saturação.
Com o surgimento das discotecas sazonais, o T-Clube e outros espaços foram perdendo protagonismo. Os turistas nacionais querem mais confusão, o público começou a ser mais jovem e Verão após Verão assiste-se à guerra entre os que lá vivem e trabalham e os que vão lá trabalhar em férias. Parece-me que é uma guerra perdida. Qualquer discoteca ou bar que esteja aberto durante quase todo o ano tem menos hipóteses de brilhar do que aquelas que assentam arraiais apenas em Agosto. Em primeiro lugar, porque é muito difícil correr com algum do público que alimentou a casa no Inverno e que estraga a casa em tempo de calor. Não é mesmo nada fácil ter uma discoteca aberta no Inverno e conseguir manter um nível aceitável de clientela. É verdade que há fenómenos como o Liberto’s Bar que funciona lindamente em finais de Junho e Julho com os craques da bola e os concursos das misses. Mas esse é um campeonato diferente que nunca teve a ver com as discotecas sazonais.
Em segundo lugar, grande parte do público que invade o Algarve em Agosto não tirou a carta de condução há mais do que dois anos. São esses que fazem as grandes enchentes na maioria das discotecas. Os mais crescidotes ou vão para os privados dessas casas ou procuram alternativas que tanto podem ser o T-Clube como o ÁquaMoments ou, noutro género, o Capítulo. Depende do gosto de cada um. No final, uns safam-se, outros não.
vitor.rainho@sol.pt