ao minuto 33 do dérbi de bogotá, entre o independiente de santa fé e os millionarios, o médio gerardo bedoya, do santa fé, perdeu a cabeça; primeiro, desferiu uma cotovelada na face do seu adversário johnny ramirez, depois, como se não bastasse, assim que viu o cartão vermelho, voltou ao local do crime, olhou para ramirez, que se contorcia com dores no relvado, e mandou-lhe um brutal pontapé na testa.
«ele passou o jogo a bater-me e a provocar-me», disse bedoya, 36 anos, no rescaldo do jogo disputado a 23 de setembro. «mas não há justificação para o pontapé. depois da expulsão, senti-me impotente e reagi da pior maneira». bedoya vai estar 11 jornadas sem jogar e foi obrigado a pagar 526 euros. foi também obrigado a cumprir trabalho cívico, dando palestras em escolas e orfanatos contra a violência no desporto.
o craque do santa fé é o futebolista com mais expulsões na história do futebol: 41. levou cartões vermelhos por tudo e mais alguma coisa: insultos aos árbitros, acumulação de amarelos, festejar golos nas bancadas, cotoveladas, cabeçadas e entradas a pés juntos. em 2007, o árbitro adalberto rincón acusou-o de lhe ter apertado a garganta no túnel de acesso ao balneário. foi suspenso por nove partidas. outros casos passaram ao lado da atenção mediática, como a entrada animalesca num jogo de pré-época entre o santa fé e o talleres de córdoba, em que destruiu os ligamentos cruzados do joelho do avançado pasquinelli.
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o caso do antigo lateral-esquerdo, adaptado agora ao centro do terreno, que até já passou por clubes argentinos como o racing e o boca juniors, é para muitos passível de estudo. é que fora dos relvados, bedoya é cavalheiro e metrosexual: quem o conhece diz que é uma pessoa serena e um pai extremoso, usa fatos caros e óculos de intelectual, estudou gestão de empresas na universidade, é um exímio bailarino de salsa e não dispensa as madeixas louras na sua cabeleira até aos ombros. mas, quando calça as chuteiras, transforma-se num guerreiro da idade média. muitos já se saturaram das suas atitudes violentas.
«há uma diferença entre deixar a pele em campo e arrancar a pele dos adversários. el general passou dos limites. devia retirar-se do futebol e dedicar-se ao wrestling», escreveu o cronista luis heredia.
