Em Washington, à espera do furacão Sandy

Sem pânico, mas com alerta máximo. A poucas horas da entrada do furacão Sandy na costa nordeste dos Estados Unidos, os americanos preparam-se ordeiramente para o que pode ser o pior fenómeno meteorológico dos últimos 70 anos.

nas televisões, os noticiários viraram 180 graus em apenas um dia. da cobertura 24 horas por dia sobre a campanha presidencial à dedicação total ao furacão, sobram os avisos para quem ainda desvaloriza o que se passa.

os primeiros vídeos das consequências do sandy começam a aparecer, sobretudo com a subida da maré, já de quatro metros em algumas zonas de nova jérsia. a mais impressionante é a de uma casa a ruir. «isto são só os primeiros sinais do que pode acontecer», dizia ao início da tarde um desses repórteres.

em nova iorque os repórteres explicam que toda a zona baixa da cidade pode ficar submergida. o ‘mayor’ da cidade já evacuou 370 mil pessoas. os abrigos estão a postos.

washington dc também está parada. todos os edifícios públicos ficaram fechados. nas imediações a maioria dos supermercados continua de portas abertas – embora a água já escasseie nas prateleiras, assim como a comida mais simples de conservar e preparar.

os mapas meteorológicos espalham-se pelas maiores cadeias de televisão, prevendo ventos acima dos 120 quilómetros por hora. nos hotéis há vários tipos de avisos: não saiam, fiquem longe das janelas. pode não haver energia por vários dias – no último furacão que passou pela cidade, sete minutos chegaram para que parte da cidade ficasse dez dias à luz das velas.

mesmo assim, não se sente ansiedade ou desespero na capital. o furacão deve passar muito perto da cidade ao início da noite, altura em que toda a costa estará de olhos presos às tv’ – se o sandy deixar.

david.dinis@sol.pt

* ao abrigo do programa rodrigues miguéis da flad.