Rangel queixa-se a Passos de excesso de CDS

Eurodeputado pediu a Passos Coelho que corrija a concentração da diplomacia e questões europeias em governantes centristas.

o eurodeputado do psd paulo rangel defendeu na última reunião do conselho nacional que as questões da diplomacia e dos assuntos europeus estão demasiados concentrados no cds, o que considerou ser «muito redutor».

segundo relato da reunião, que decorreu sábado à porta fechada, em lisboa, rangel fez uma reflexão sobre esta circunstância, dizendo mesmo tratar-se de «um erro», numa declaração interpretada pelos presentes como sugestão a passos para que numa futura remodelação governamental ponderasse um melhor equilíbrio partidário entre psd e cds nesta área. a pasta de ministro dos negócios estrangeiros está atribuída ao líder do cds e a do secretário de estado dos assuntos europeus a outro dirigente centrista, morais leitão.

rangel pediu ainda uma atitude «mais interventiva» por parte de portas, tese que desenvolveu em artigo de opinião no público esta semana. e propôs mesmo uma estratégia de portugal em dois tabuleiros, com o ministro dos negócios estrangeiros a defender o «reconhecimento dos riscos do excesso de austeridade» por contraposição ao ministro das finanças, vítor gaspar.

esta semana, aliás, o governo tem estado sob fogo da oposição, que o acusa de não ter defendido os interesses de portugal no conselho europeu da semana passada.

ps exige debate com passos
o ps vai pedir a presença do primeiro-ministro para um plenário extraordinário antes do próximo conselho europeu no final de novembro. durante aquele mês, não há sessões plenárias pois os trabalhos estarão concentrados na discussão na especialidade do orçamento do estado.

o governo propôs que fosse ouvido na comissão de assuntos europeus o secretário de estado, mas o ps rejeita tal ideia. o líder parlamentar dos socialistas, carlos zorrinho, garante ao sol que o ps «não prescindirá» de ouvir passos, pois decorre da lei a obrigatoriedade de audição do chefe de governo no parlamento antes de todos os conselhos europeus. «poderia ser conveniente para o primeiro-ministro não vir cá, mas não temos culpa que o governo não tenha uma política europeia», insiste.

helena.pereira@sol.pt