no mesmo dia, vai decorrer em lisboa um encontro que junta empresários alemães e portugueses. os trabalhos decorrem no centro cultural de belém (ccb) e haverá vários painéis. estão previstas, para já, as presenças e discursos do ministro dos negócios estrangeiros, paulo portas, e do ministro da economia, álvaro santos pereira. mas não é certo que líder alemã chegue a cruzar-se com o ministro dos negócios estrangeiros e presidente do cds, que tem assumido posições mais críticas sobre a forma como a alemanha encara a crise na europa.
a reunião de empresários é visto como um sinal importante pelo governo português, pois repete o que foi feito em espanha quando merkel ali se deslocou, em setembro. já na visita à grécia, em outubro, não houve quaisquer contactos a nível empresarial. «portugal não pode ser comparado com a grécia», salientou ao sol fonte governamental. ou seja, salienta-se, os investidores alemães acreditam ainda na capacidade da economia portuguesa recuperar.
a aicep, a cip e a câmara de comércio luso-alemã organizam o evento. é de esperar a presença dos maiores bancos portugueses e de empresas como logoplaste, sonae, siemens, grupo amorim e laboratórios bial.
a chanceler, acompanhada de passos coelho, vai visitar ainda a fábrica da autoeuropa (palmela), o maior investimento alemão em portugal, que representa cerca de 1% do pib nacional e que emprega 3.600 trabalhadores. na semana passada, alguns começaram a ser convidados para irem trabalhar em fábricas na alemanha, pois a autoeuropa prepara-se para reduzir a produção em portugal. em termos de segurança, esta fábrica encontra-se instalada numa zona isolada e de acessos facilmente controláveis.
agentes disfarçados
numa altura em que já estão marcados vários protestos em lisboa para dia 12, o itinerário da chanceler é um segredo bem guardado. por razões de segurança, a audiência entre merkel e passos, apurou o sol, pode não se realizar em s. bento.
o plano de segurança que está a ser preparado pelo gabinete coordenador de segurança inclui, de resto, uma apertada vigilância do corpo de segurança pessoal da psp à chanceler, que evitará ao máximo expor-se aos olhares da população e seguirá, sempre que possível, por percursos alternativos. agentes da psp – uns disfarçados, outros colocados em posições estratégicas – vão monitorizar todos os movimentos de merkel. igual estratégia será usada para controlar e neutralizar potenciais ataques de grupos anarco-libertários.
o sis atribuiu à visita o grau de ameaça 3 (num máximo de 5). e a psp e a gnr admitem como pouco provável que haja protestos com as proporções registadas em espanha e grécia, onde aqueles grupos estão conotados com a apologia da violência.
helena.pereira@sol.pt e sonia.graca@sol.pt
*com pedro guerreiro