O risco, ao ser diferente nos vários estados da União Europeia, quebra «a unidade dos mercados europeus e coloca empresas e bancos de diferentes estados em situações radicalmente diferentes que as suas qualidades não justificam», afirmou o chefe do executivo português no encontro empresarial luso-alemão no CCB, em Lisboa.
Quando o Banco Central Europeu «decide descer as taxas de juro oficiais, o que acontece muitas vezes é que os juros sobem nos países da periferia», disse Passos Coelho, salientado que «isto não teria sido aceitável para o Bundesbank quando defendia as taxas de juro para todos os estados da República federal, e não deve ser aceitável para nos na área do euro».
Passos Coelho fez questão de declarar perante a chanceler alemã Angela Merkel que, «com os mercados financeiros tão fragmentados como estão hoje, é a própria eficácia da política monetária que é posta em causa».
Para resolver este problema, Pedro Passos Coelho, à semelhança de Angela Merkel, defende a criação de «uma verdadeira união financeira que complete e apoie o mercado único». A expectativa do primeiro-ministro é que o mecanismo europeu de supervisão bancária – em que o BCE terá a autoridade última – «esteja inteiramente operacional ao longo do próximo ano».
Passos Coelho diz ainda contar com o próximo orçamento da União Europeia para ajudar Portugal. «Não tenho dúvidas de que será um instrumento poderoso no combate ao desemprego, sobretudo o desemprego entre os jovens». Para Passos, o orçamento europeu «pode fazer a diferença entre um regresso mais rápido ou mais demorado ao crescimento».