Jovens de um colégio da Casa Pia andam de lar em lar aos fins-de-semana e feriados

Um dos colégios da Casa Pia de Lisboa, responsável por seis residências de acolhimento de crianças e jovens, decidiu fazer a junção desses lares aos fins-de-semana e feriados, o que está a desestabilizar a vida de jovens e trabalhadores, que passam os dias de descanso em viagens.

a motivar esta deliberação, com data de 7 de novembro, estará a poupança de 2,5 euros diários – valor de cada refeição a pagar aos trabalhadores que não se podem ausentar do serviço. segundo o sindicato dos trabalhadores em funções públicas e sociais do sul e regiões autónomas, desde há uns meses, a casa pia recusa-se a facultar as refeições aos trabalhadores (que comiam, de forma gratuita, juntamente com as crianças) e, perante esta decisão, os trabalhadores passaram a reivindicar a pausa de meia hora a que tinham direito.

com esta nova situação, aos fins-de-semana e feriados, os lares que têm, por norma, um funcionário por turno, vêem-se sem capacidade para ter equipas suficientes para acompanharem os jovens na hora da refeição.

por isso, para terem equipas com dois funcionários (que se possam revezar na hora da pausa), a casa pia optou por andar a transportar os trabalhadores e os jovens entre lares. e, deste modo, «gastam-se centenas de euros em transportes de jovens e trabalhadores, nestes dias, que deveriam ser de descanso», denuncia o sindicato dos trabalhadores em funções públicas e sociais do sul e regiões autónomas.

assim, os jovens, em vez de terem descanso ao fim-de-semana, acabam por passar esses dias a apanhar transportes públicos para irem de um lar para o outro, aumentando também a lotação das residências. esta situação – que o sindicato acredita levantar «problemas de acompanhamento e segurança» – verifica-se nos seis lares de acolhimento do centro de educação e desenvolvimento de santa clara.

luís esteves, do sindicato, sublinha que a casa pia anda a gastar mais dinheiro nas deslocações que o valor da refeição dos trabalhadores e dá um exemplo: «só nas deslocações que fizeram agora entre o estoril e queijas (oeiras), gastaram 50 euros em transportes».

em resposta ao sol, a casa pia de lisboa garantiu que «a situação de segurança e bem-estar das crianças e jovens nunca foi posta em causa», uma vez que «o seu acompanhamento é permanentemente garantido por profissionais especializados».

veja o comunicado da casa pia

[actualizada dia 14/11 às 16h18]

liliana.garcia@sol.pt