A Polícia devia ter agido mais cedo

A Polícia tinha de reagir à agressão feita com pedras de calçada. A única dúvida é saber se o deveria ter feito mais cedo. Aquela imagem, de mais de uma hora, com a Polícia estática, a ser apedrejada, foi complicada a vários níveis. Um autêntico sinal dos tempos em que as anomalias se generalizam.

o respeito à autoridade é uma regra das sociedades organizadas e também dos estados democráticos. todo aquele tempo com a polícia a ser ‘espezinhada’ não é nada bom para a normalidade institucional.

a reacção da polícia? noutros países poderia ter havido gases lacrimogéneos, jactos de água, até balas de borracha, polícias a cavalo. não quero dizer que isso devia ter acontecido. digo que é frequente acontecer em situações de gravidade semelhante.

os mais prejudicados com aquela violência somos todos nós, portugueses. é coincidência, mas ela surge quando se tornou maior a distância entre o governo e o maior partido da oposição. e também será coincidência, ou não, mas os juros da dívida portuguesa subiram (e, entretanto, já voltaram a descer).

como tenho repetido, tudo o que nos aproxime da grécia e afaste da irlanda é muito mau. imagens de labaredas e de confrontações nas ruas são próprias de atenas e de outras cidades gregas, não devendo ter lisboa por palco.

foi a primeira vez que ouvi os jornalistas fazerem reportagens manifestando compreensão pela reacção policial. diga-se, aliás, que não passaram despercebidas as imagens de agentes policiais a protegerem os jornalistas. os tempos estão mesmo a mudar.

o ps e a troika

apropósito do ps, tenho também repetido que o capital representado pelo entendimento mínimo entre governo e partido socialista não devia ser desperdiçado.

era inevitável a ruptura? considero que não e continuo a acreditar que não é impossível o reinício do diálogo consequente.

há dias, tive o gosto de participar, em lisboa, num momento que considero o mais significativo, impressivo e construtivo de todos aqueles para que pude contribuir de há uns anos a esta parte.

em plena reunião de câmara, foi possível conseguir um entendimento entre ps, psd, pcp e cds a propósito dos impostos que o município da capital faz impender sobre os lisboetas. ps e psd levavam propostas elaboradas antes da reunião. antónio costa e a vereadora das finanças apresentaram a proposta do ps e eu apresentei a proposta do psd. devo sublinhar que a proposta que anunciei resultou de um trabalho intenso devido, principalmente, a antónio proa, líder do grupo do psd na assembleia municipal, e de mauro xavier, presidente da comissão política concelhia do psd/lisboa.

logo após a minha intervenção, antónio monteiro, vereador do cds, apresentou a sua proposta, subscrevendo logo a do psd no irs e sugerindo uma nova na derrama. ruben carvalho, vereador do pcp, por sua vez, expôs a sua alternativa nos pontos em que não concordava, nomeadamente no imi.

e querem acreditar que foi possível, com o esforço de todos, subscrever uma proposta única, por unanimidade, em relação aos pontos principais?

foi bonito, quase inacreditável. e volto a afirmar que constitui um exemplo para o que deve acontecer a nível nacional. se houver vontade política dos dois lados, nada o impede.

houve mais municípios que decidiram dar aos seus cidadãos um sinal de alguma moderação, ou mesmo redução, na carga fiscal para 2013.

não é o primeiro sinal positivo que vem do poder local nos últimos tempos. os números da redução do endividamento dos municípios, revelados há algumas semanas, foram encorajadores. como é estimulante a assinatura, há dias, de um acordo entre o governo e 82 câmaras no âmbito do programa de apoio à economia local. desta vez, estiveram envolvidos 487 milhões de euros que certamente permitirão a essas autarquias pagar dívidas a muitas micro, pequenas e médias empresas. outras se seguirão. foi uma boa maneira de o poder central corresponder ao enorme esforço de contenção que tem sido feito por municípios e freguesias.

portugal precisa de esperança e, para a ter, é necessário mais liquidez na economia. o acordo assinado por miguel relvas, pelo secretário de estado paulo júlio e por vários presidentes de câmara vai nesse sentido.

o fc porto distraiu-se

mais um jogador português a dar nas vistas: rui pedro, do cluj, marcou três golos ao sp. braga. foi o segundo jogador português a conseguir um hat-trick na champions. primeiro? cristiano ronaldo.

rui pedro, com 24 anos, vem das escolas do fc porto e foi emprestado a vários clubes durante anos, depois de ser internacional nos escalões jovens. aqui, terá sido o fc porto que se distraiu…

treinador do cluj? paulo sérgio. e, já agora: quem é o novo treinador do campeão mexicano de futebol? pedro caixinha, até há semanas treinador do nacional da madeira.

os treinadores e jogadores portugueses de futebol estão na moda. é aproveitar a ‘onda’, que é fruto de muito trabalho e bons resultados.