mas el camino, o mais recente álbum da dupla, lançado em dezembro do ano passado, mudou radicalmente a realidade dos black keys. de prodígios do universo indie, tornaram-se estrelas mainstream mundiais, ao ponto de só agendarem para 2012 concertos de estádio e terem os consagrados arctic monkeys na primeira parte dos seus espectáculos.
hoje fazem a sua estreia em solo nacional num pavilhão atlântico esgotado. os portugueses já vão receber esta super banda, que agora se apresenta em quarteto, com dois músicos de suporte (um baixista e um teclista) a encherem ainda mais o som dos black keys.
se mantiverem o alinhamento dos últimos concertos nos estados unidos, o espectáculo de lisboa deverá centrar-se nas canções de brothers, de 2010, e el camino, havendo poucas incursões ao passado da dupla, que nasceu há dez anos, em ohio, e começou por fazer da modernização do blues americano a sua sonoridade.
a evolução para o rock ‘garageiro’ que agora apresentam em el camino – título retirado ao modelo de uma carrinha clássica da marca de automóveis chevrolet, que teve o seu auge nos anos 60 e 70 – começou a sentir-se em 2010 em brothers, com o tema ‘tighten up’ (que ganhou o grammy de melhor performance) a impulsionar o ascendente protagonismo dos black keys.
2011 foi ano de colheita e 2012 ficou marcado pela intensa digressão mundial que realizaram pelo mundo inteiro e que só termina em las vegas, ao serem convidados pelo hard rock hotel&casino para abrilhantar a sua noite de passagem de ano.
esta escolha revela bem a elevada popularidade da banda, que termina o ano no pódio como a mais interessante formação norte-americana, mantendo a vivacidade do rock intocável. até porque, a esse espírito roqueiro inquieto e inventivo, há uma atmosfera lasciva contagiante na música dos black keys, que tem tudo para conquistar uma plateia ainda mais abrangente.
