Emigrar para a Rússia em busca de projectos na agricultura

A Rússia nunca foi um país de emigração para quem optava por sair de Portugal, mas, a pouco e pouco, aumenta o número de portugueses que apostam naquele país para realizar a sua carreira profissional.

portugueses ocupam, actualmente, cargos de responsabilidade nas representações de multinacionais na rússia como a volkswagen, pepsi, auchan e metro.

porém, entre eles não se encontra o jovem agrónomo josé andré cardoso, que foi à procura de novos negócios.

“a rússia para mim sempre foi um país que me despertou curiosidade desde muito cedo, não só pela rica história que é do conhecimento de muitos, mas também pelas coisas que o meu pai contava sobre este país”, diz o português à agência lusa.

“depois tomei conhecimento sobre o pai da pedologia, vassili dokutchaev, sobre a famosa “terra negra” e também sobre os milhões de hectares de solo arável que existiam nesta parte do mundo”, continua o licenciado na universidade de évora.

“apercebi-me então que os projectos agrícolas que se podiam executar aqui muito dificilmente se executariam noutro lugar pelo facto de ser uma área pouco desenvolvida na rússia, isto é, com muitos anos de atraso tecnológico e de conhecimento em relação à europa e eua”, frisa.

josé andré cardoso, 31 anos, não esconde que “a situação económica que o país [portugal] atravessa” o levou a olhar para essa oportunidade e a “fazer as malas”, porém, sublinha que a crise foi apenas um dos factores da emigração.

“talvez tivesse emigrado à mesma, pois tive sempre vontade de alargar horizontes e ter experiência profissional noutros países”, sublinha.

o jovem agrónomo reconhece que a rússia é um mercado muito difícil, “onde é preciso batalhar muito, muito mesmo”, mas promete continuar.

“o futuro é incerto, mas sem dúvida que vou continuar por cá, agora que finalmente falo russo, seja no café, seja em reuniões de trabalho, mais portas estão-se a abrir, por isso…”, conclui.

lusa/sol