isto significa que dirigentes como josé casanova ou albano nunes, que permanecerão, vêem reforçada a sua influência no órgão máximo do pcp entre congressos. há quatro anos, já tinham saído carlos costa e vítor dias.
a renovação é, também, geracional. para substituir os mais velhos, são chamados, por exemplo. os dois actuais eurodeputados, joão ferreira e inês zuber, e o deputado joão oliveira, todos na casa dos 30 anos. e, numa altura em que os estivadores aparecem a liderar as greves mais duras contra o governo, o pcp convida também um estivador a entrar na nova lista para o comité central.
no xix congresso, que hoje arranca em almada, um dos temas centrais será a defesa do estado social construído com o 25 de abril. o programa – uma democracia avançada – os valores de abril no futuro de portugal – realça as conquistas nos vários domínios da sociedade que estão ameaçadas pelo actual governo psd-cds. e coloca o ps no mesmo patamar. para o pcp, estes três partidos prosseguem «uma continuada acentuação da política de direita» e o ps, enquanto se mantiver fiel ao memorando assinado com a troika, não é de esquerda.
jerónimo de sousa, que será reeleito secretário-geral, tem repetido os apelos para que o presidente da república intervenha e trave tudo aquilo que é contrário à constituição. por outro lado, os comunistas não acreditam que este governo chegue ao fim da legislatura e estão apostados em apoiar novas manifestações na rua para contestar o executivo de passos coelho.