freitas do amaral e adriano moreira foram contactados para subscrever o manifesto de mário soares, que pede a demissão do governo. o objectivo era alargar a base de apoio do documento a personalidades fora da esquerda.
o fundador do cds e ex-ministro dos negócios estrangeiros, freitas do amaral, acabou por não assinar o texto por estar ausente no estrangeiro. adriano moreira não manifestou interesse em associar-se. «queríamos alargar a iniciativa a pessoas de outros quadrantes que eventualmente quisessem assinar, mas não forçámos ninguém», afirmou ao sol vítor ramalho.
o documento ontem divulgado acusa passos de «fazer caminhar o país para o abismo» e considera o orçamento do estado «iníquo, injusto, socialmente condenável». o documento é subscrito por 78 personalidades, entre as quais o ex-líder do ps e vice-presidente do parlamento, ferro rodrigues, os deputados do ps, isabel moreira e pedro alves, e o líder da js, joão torres.
a iniciativa foi divulgada em cima do congresso do pcp por coincidência. o timing definido era a aprovação final do oe, o que aconteceu na terça-feira.
o manifesto desencadeou alguns ataques da maioria. o porta-voz do cds, joão almeida, fez um desafio público ao ex-presidente da república: «se quer dar o exemplo, num momento tão difícil, pode abdicar dos apoios públicos à sua fundação», escreveu, no facebook. o deputado sérgio azevedo (psd) acrescentou: «se houve personalidade que sempre se aproveitou e tirou partido de qualquer regime foi este senhor. agora, é só tirar as ilações».