Petite Noir: Ele quer dominar o mundo

Petite Noir, nome artístico do jovem Yannick Ilunga, não faz a coisa por menos. Assim que lhe perguntam onde quer chegar com a sua música, a resposta é automática: “Quero dominar o mundo”. E isso é possível só com a música? “Definitivamente! Há muitos exemplos ao longo da História”, diz, revelando os “grandes objectivos” que…

yannick, de 22 anos, foi viver para a capital inglesa há menos de um ano com a intenção de perseguir o sonho da música, mas não se lembra exactamente com que idade começou a elaborar o seu ‘plano de batalha’. a verdade é que, poucos meses depois da mudança para londres, já conquistou a atenção do jornal guardian e da bbc radio one e atingiu o primeiro objectivo: assinar um contrato com uma editora, neste caso a domino records, casa de artistas consagrados como arctic monkeys e franz ferdinand.

numa altura em que os discos já não se vendem, e os artistas ganham, essencialmente, a vida com as actuações ao vivo, petite noir considera que ainda faz sentido ter a «experiência» de uma editora do seu lado. “especialmente para quem está a começar e tem grandes ambições para o futuro”, comenta, revelando que já está a trabalhar no disco de estreia, a ser editado no primeiro semestre de 2013.

criado na áfrica do sul, o músico nasceu em bruxelas, filho de pai congolês e mãe angolana. quando yannick tinha nove anos, a sua família fixou-se em joanesburgo e durante a adolescência o jovem sentiu-se sempre um outsider. “tinha gostos musicais muito diferentes do resto das pessoas da minha idade”, conta, enumerando que cresceu a ouvir “todo o tipo de coisas malucas”, como r&b, música congolesa, kuduro, rock, punk e muita música electrónica.

“habituei-me desde cedo a ouvir muita coisa por causa dos meus pais e acho que isso me abriu a mente. não é nada inteligente ouvirmos só um género musical. quando se ouve muita coisa diferente ganha-se um entendimento mais abrangente da música”, considera, reforçando que “tanto se pode apreciar uma canção da britney spears como outra de radiohead”.

por isso, aos 16 anos, quando começou a tocar guitarra sozinho, o músico tentava reproduzir de ouvido o máximo de canções que conseguia. “a primeira que consegui tocar decentemente foi ‘wonderworld’, dos oasis”, diz, revelando que actualmente toca todo o tipo de instrumentos. “foi uma coisa que aconteceu naturalmente. quando peguei pela primeira vez na guitarra de um amigo, percebi logo que tinha jeito para a música porque apanhava tudo muito facilmente”.

com um interesse pela música cada vez maior, yannick criou a banda popskarr, com spoek mathambo (outro artista sul-africano que também tem dado que falar no mundo da electrónica), mas o projecto durou pouco tempo porque a vontade dos dois músicos seguirem carreiras a solo falou mais alto.

com a mudança de yannick para londres nasceu petite noir, reflectindo os gostos eclécticos do jovem sul-africano. o músico descreve a sua própria música como “new wave com uma estética africana” e, de facto, o seu som cruza semelhanças entre os extintos joy division e o mais moderno dub- step dos subúrbios de londres. a voz sombria faz o resto do encanto. l

alexandra.ho@sol.pt