Django Django ganham MexeFest [fotos

O concerto dos Django Django era um dos mais aguardados do cartaz deste ano do Vodafone MexeFest e o quarteto britânico cumpriu, em cheio, a missão de conquistar a plateia que encheu por completo o Teatro Tivoli, em Lisboa, na noite de sábado.

na bagagem trouxeram o álbum homónimo de estreia, lançado em fevereiro, que acabou por se revelar curto perante devoção do público lisboeta. quando vincent neff anunciou a última canção, ouviu-se um sonoro ‘ohhhhh’ de lamento e o vocalista encolheu os ombros para lembrar que a banda ainda só tem um álbum. «mas prometemos voltar», assegurou, ao fim de quase uma hora de concerto.

trajados a rigor com camisas iguais, os quatro músicos iniciaram a actuação com o instrumental que abre o disco homónimo, perante a ansiedade evidente dos espectadores, que ansiavam pelos temas mais dançáveis. não foi preciso esperar muito. a segunda canção, ‘hail bop’, foi o empurrão necessário para todos os que encheram o tivoli abandonassem as cadeiras do teatro e deu-se assim início à festa mais entusiasta do mexefest.

ao vivo, as canções de “django django” perdem alguns dos pormenores e múltiplas camadas que o estúdio maravilhosamente lhes atribui mas, por outro lado, a parte estética da banda traduz-se num conceito eficaz na hora de contagiar a plateia. há uma energia e disciplina militarizada, com a sonoridade electro-psicadélica da banda a transmitir a sensação de estarmos todos numa unidade fabril futurista, sendo os quatro músicos os robots-comando de serviço.

considerando o elevado número de pessoas que não conseguiu assistir à estreia dos django django em portugal, porque assim que o tivoli encheu ninguém arredou pé até o concerto acabar, é caso para dizer que um regresso a terra lusas será bastante acarinhado pelo público nacional.

antes do quarteto escocês, o tivoli recebeu michael kiwanuka, na segunda passagem do músico londrino por portugal (no verão, esteve no cool jazz fest). visivelmente satisfeito por tocar para uma ‘casa cheia’, o músico deambulou pelas canções do seu disco de estreia, “home again”, onde a soul tem honras de destaque. durante a cerca de uma hora de concerto, kiwanuka – que em janeiro ganhou o prémio bbc sound of 2012 – permitindo-se ainda a alguns devaneios improvisados em ‘tell me a tale’, uma versão inspirada de ‘may this be love’ de jimi hendrix (com kiwanuka a explicar que foi este músico que o fez querer aprender a tocar guitarra) e um tema original. aplausos de pé no final da actuação, para um músico que se percebeu reunir a devoção do público nacional.

na primeira noite do festival, os também britânicos atl-j foram a banda mais procurada pelo público, mostrando as canções do álbum de estreia, que os consagrou vencedores do mercury prize de 2012.

alexandra.ho@sol.pt