Se é verdade que muitos espaços fecharam ou estão em vias de fechar portas, outros há que surgem de rompante no panorama da noite lisboeta. As apostas são variadas e vão desde os bares com venda de roupa e outros acessórios até discotecas com restaurantes. Contrariando um pouco a tendência dos últimos meses, onde o mercado destinado aos adeptos das noites africanas era rei, agora surgem clubes com traços mais europeus e com um público-alvo muito definido: aquele que se banha nas águas do Lux. E foi assim que surgiram o Ministerium, no Terreiro do Paço, e o Zero, no antigo piso térreo da Kapital, actual Main, que contou com o imparável Vibe na inauguração.
Durante muitos anos, poucos tentaram fazer mossa à casa mais cosmopolita da cidade. Daquilo que conheço, as apostas rivalizam mais com o piso da pista de dança da discoteca de Santa Apolónia do que com os restantes dois pisos, onde a decoração é imbatível e onde se cruzam faunas muito distintas que se sentem verdadeiramente em casa. Em relação à discoteca propriamente dita, vulgo clube de dança, é natural que outros tentem conquistar esse público, já que a música aí é determinante e a escuridão de um lugar não será tão diferente da de outros. Isto se excluirmos a qualidade do som e do serviço… Esta luta saudável promete melhores DJ e grandes noites na capital num campeonato a três.
Já no que à antiga Kapital diz respeito, além do Zero, conta ainda com um bar no primeiro piso e um restaurante no último. Três conceitos que terão responsáveis diferentes. No outro dado da avenida, junto ao rio, continua imbatível, no seu segmento, o Urban Beach. De quinta a sábado as enchentes estão garantidas. A Kapital ficou para trás, leia-se arrendada, mas os irmãos Rocha não foram par casa e jogam forte no seu novo quartel-general. Com o Cais do Sodré em força até parece que a noite lisboeta está muito forte. O que não é verdade. Quase tudo se resume a sábado e as pessoas aproveitam essa, e eventualmente a noite anterior, para viver com toda a fúria. l
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