a e-act faz um trabalho pioneiro em portugal na área da promoção e prevenção laboral, fomentando o exercício físico laboral, a fisioterapia preventiva e a consciencialização ergonómica no local de trabalho. entre os clientes desta start-up da universidade do porto (up), criada há três anos, estão grandes grupos como a jerónimo martins (jm) ou a efacec.
a empresa do porto, que tem apenas nove colaboradores, estima fechar este ano com um volume de negócios na ordem dos 80 mil euros, o que representa um crescimento de 23% face a 2011, e já pensa em alargar a actividade ao resto do país. em 2013, prevê crescer «20 a 35%».
no armazém de distribuição de produtos alimentares não perecíveis da dona do pingo doce, que o sol visitou na maia, os trabalhadores têm aulas de exercício físico quatro vezes por semana e uma sessão de consciencialização ergonómica, sempre em horário laboral.
as aulas são de 10 minutos, mas como os exercícios são adaptados às tarefas que o grupo realiza – trabalham os músculos que no dia-a-dia são necessários ao desempenho das funções de operadores de empilhador ou responsáveis pela expedição e recepção de produto –, são uma mais-valia. o pessoal administrativo é o único que tem aula à parte.
«tudo é melhor do que nada», sublinha helena pereira, da e-act. além de fazerem os exercícios físicos, ganham «consciência» de como «executar as suas tarefas com posturas mais funcionais», frisa a sócia e conterrânea caroline prufer. as duas brasileiras trabalharam num projecto de investigação de rui garganta, docente da faculdade de desporto da up, que deu origem à empresa de que os três são sócios.
jerónimo martins satisfeita
no armazém da jm trabalham 95 pessoas e a taxa de participação nas aulas ronda os «70%», diz o gestor operacional luís carvalho. as queixas mais «recorrentes» são «lombalgias, dores musculares e dores nos ombros». a «redução do absentismo» e a «melhoria da qualidade de vida e da saúde dos colaboradores», que têm entre os 20 e 60 anos, são os resultados do trabalho desenvolvido pela e-act, explica o responsável.
os objectivos da jm, quando contratou os serviços da start-up, eram, «a médio e a longo prazo», motivar os trabalhadores, «prevenir acidentes de trabalho» e «incrementar a produção», conta ao sol o director de recursos humanos do grupo de distribuição alimentar, paulo carvalho. satisfeita com o projecto, a empresa de distribuição alargou a relação com a e-act a um segundo armazém no grande porto, de fruta e vegetais, em 2011, e estuda agora a hipótese de avançar para um terceiro, na mesma zona.
expansão nacional
o próximo passo da e-act passa por alargar o negócio ao resto do país, havendo também a vontade de levar a metodologia desenvolvida para fora. «não temos estrutura física fora do país, mas achamos que a metodologia que criámos é diferenciadora e que, bem desenvolvida e acompanhada, faria a diferença também noutros países», avança caroline prufer.
embora não seja um dos seus serviços, ao apresentar resultados, a e-act diz que contribui para uma melhor gestão dos recursos humanos das empresas que são suas clientes, segundo a responsável.