segundo as últimas pesquisas, jan fischer e milos zeman colhem metade das intenções de voto e o acto desta sexta-feira e hoje, 12 de janeiro, deverá resultar numa segunda volta entre estes, dias 25 e 26.
fischer, ex-primeiro-ministro judeu sem filiação partidária, e zeman, líder do principal partido de esquerda e autor frequente de tiradas anti-semitas, distanciam-se nas sondagens do candidato-sensação vladimir franz, compositor e pintor anti-sistema integralmente coberto por tatuagens; de karel schwarzenberg, chefe da diplomacia checa e aristocrata de origem austro-húngara; e de cinco outros candidatos menores apoiados pelos principais partidos de direita (no poder) e pelo presidente cessante václav klaus.
os checos preparam-se por isso para escolher um de dois ex-comunistas pró-europeus para substituir um chefe de estado eurocéptico, também conhecido por negar o aquecimento global. klaus sai de cena sob condenação unânime após ter amnistiado há dias cerca de 7.000 detidos (um terço da população prisional) e arquivado por decreto todos os casos judiciais que se arrastavam há mais de oito anos em tribunal, fazendo com que vários políticos acusados de corrupção escapassem à justiça.
guerra na coligação
o primeiro desafio do próximo presidente será gerir uma crise política. o governo de coligação de direita entre o partido do primeiro-ministro petr necas (ods), os liberais conservadores de schwarzenberg (top 09), o vv de radek john e os liberais democratas de karolina peake (lidem) enfrenta a ameaça de ruptura deste último partido, o mais pequeno, a meio caminho de um mandato de quatro anos. a saída do lidem deixaria a coligação sem maioria no parlamento e refém de deputados independentes para aprovar diplomas decisivos.
a crise dura desde dezembro, depois de necas ter demitido peake dias após a nomeação da líder do lidem para o cargo de ministra da defesa. o afastamento foi justificado por peake ter substituído em tempo recorde várias figuras de proa do ministério por personalidades próximas dos liberais democratas. após a humilhação pública, peake ameaçou abandonar a coligação, mas negociações subsequentes e o facto das intenções de voto no lidem estarem próximas do zero parecem ter adiado a decisão.