terminou na quinta-feira a visita «de carácter pessoal com uma missão humanitária» de bill richardson à coreia do norte. o antigo governador e embaixador dos estados unidos referia-se ao cidadão norte-americano kenneth bae, preso em novembro em circunstâncias desconhecidas. no passado, a visita de altas figuras à capital norte-coreana – a começar pela do próprio richardson, e incluindo bill clinton ou jimmy carter – levaram à libertação de norte-americanos. richardson não saiu de pyongyang com bae, apenas soube que este estará bem de saúde.
richardson fez-se acompanhar de eric schmidt, presidente da google, que foi advogar a liberdade das comunicações. na coreia do norte a internet e os telemóveis estão vedados à larguíssima maioria dos 23 milhões de habitantes. só a elite política e militar e as universidades têm acesso limitado à rede mundial.
schmidt chegou a ser dado como certo na nova administração de obama. mas a visita foi criticada pelo departamento de estado, que lembrou o recente teste com um foguete de longo alcance (e que incluiu o envio de um satélite para órbita). washington considera o lançamento um teste dissimulado do programa de mísseis balísticos intercontinentais, que segundo o regime comunista já podem atingir o território dos estados unidos.
a visita de um executivo de uma empresa que lidera as novas tecnologias acontece dias após a surpreendente mensagem de ano novo de kim jong-un. na ocasião, o jovem ditador (com um visual decalcado do avô il-sung) defendeu o incremento da produção e a melhoria do nível de vida da população tendo como pilares a agricultura e a indústria, mas também a ciência e a tecnologia.
«a revolução industrial é na essência uma revolução científica e tecnológica, e ultrapassar essa fronteira é um atalho à construção de um gigante económico», disse o líder norte-coreano.
alemães aconselham modelo vietnamita
se a isto juntarmos a informação de que os agricultores passaram a estar autorizados a ficar com 30% da produção e que já podem constituir unidades de produção apenas com quatro pessoas, a notícia veiculada pelo frankfurter allgemeine zeitung fará sentido: economistas alemães estarão a aconselhar os dirigentes norte-coreanos a ultimar um plano de abertura da economia. «eles querem fazê-lo este ano», disse um dos economistas não identificados pelo jornal.
ainda assim, com o aliado chinês ao lado, causa estranheza. «estão antes interessados no modelo vietnamita, no qual determinadas empresas foram escolhidas como destinatárias dos investimentos».