Amesterdão e o Superman

Holanda é um dos países mais reconhecidos quando se fala de noite. A sua capital, Amesterdão, é o epicentro de vários fenómenos e tendências liberais que fazem desta uma das cidades mais procuradas pelos jovens, quer pelo seu Red Light District (bairro da Luz Vermelha), onde pode encontrar ruas lotadas de sex shops, bares de…

ou ainda as famosas coffee shops, em que as drogas legais fazem as delícias não só de quem as procura mas também de simples curiosos. por tudo isto, e também por ser uma cidade com uma larga população jovem com hábitos bem definidos, a capital holandesa é igualmente um centro de música da noite e de glamour para todos os gostos. para quem prefere um ambiente mais alternativo, a escolha certa será o paradiso, antiga discoteca que proclama os princípios da contracultura e que, além de uma main room onde só tocam os melhores, tem também uma segunda pista para ouvir novas tendências, a trouw ou a matrixx, considerada por tiësto «uma das melhores do mundo». para um ambiente mais internacional e cosmopolita, a sua preferência irá para o supperclub, famoso pelo seu design minimalista e pelas experiências que proporciona, desde a cozinha aos espectáculos artísticos. para quem elege o requinte e uma noite com alguns famosos do mundo artístico, da música ao cinema, poderá encontrar a crème de la crème da sociedade holandesa no bungalow 8 club.

l paradiso – weteringschans 6, amesterdão (holanda)

l supperclub – jonge roelensteeg 21, amesterdão (holanda)

l bungalow 8 – korte leidsedwarsstraat 14, amesterdão (holanda)

a dj margaret dygas conseguiu absorver um pouco dos países por onde passou. nascida na polónia, foi para a alemanha com 11 anos, de passagem para os estados unidos, onde começou a tomar o gosto pela música, nomeadamente o hip hop. mas foi já nos anos 90, quando estudou no conceituado fashion institute of technology que refinou o seu gosto musical, ao tomar contacto com a house music. mudou-se depois para inglaterra, apaixonada pela dance scene londrina. começou pela porta de alguns clubs, tendo há três anos decidido passar definitivamente para a cabina de som, com uma bagagem musical que a levou rapidamente ao sucesso, fruto das novas misturas com influências tão diversas como o deep, o minimal ou o electro e o tech. conquistou espaços tão difíceis como o fabric, em londres, e o panorama bar, em berlim. a sua recente incursão pela produção musical desperta muita curiosidade e, a meu ver, vai ser uma grande surpresa em 2013.

l i could be the one (original mix) – avicii, nicky romero

l sovereign light café (afrojack remix) – afrojack, keane

depois ter abordado a bissexualidade na passada semana, vou continuar com temas fracturantes, que envolvem directamente a noite e demonstram novas tendências de atitude e comportamento, principalmente entre os jovens. não me cabe fazer juízos de valor, mas sim falar de factos que ocorrem nos dias de hoje, alguns deles à minha frente. o meu amigo vítor rainho referiu-se, na passada semana, à forma como os jovens lidam com o álcool. não sendo uma novidade o excesso de consumo, observamos hoje em dia um ‘excesso’ comportamental, com atitudes estranhas e bizarras, que para mim pouco têm que ver com o consumo em si ou com a vontade de ser diferente e out of the box – essa sempre existiu. quando vi um jovem dirigir-se ao bar e pedir um ‘superman’ achei que se tratava de um shot novo que desconhecia (e pelos vistos o barman também). quando o vi a pedir tequila, sal e limão achei que o famoso tequila bum bum havia mudado de nome. qual não foi o meu espanto quando vi o jovem a beber a tequila, espremer o limão para os olhos e esfregá-los com o sal de seguida, contorcendo-se com dores e emitindo uns sons absurdos. é este comportamento que, segundo ele, se assemelha a um super-homem… na linha da frente?!