e o que é isto? em vez de trocar de calçado, susan mudou de pés. ou, por outra, reduziu um dos dedos em cerca de um centímetro para conseguir um tamanho à medida dos seus adorados saltos altos. excessivo? para quem vivia «cheia de calos e com uma série de problemas no pé esquerdo» – calvário partilhado diante da fox news – a resposta chega entre desabafos de satisfação. «acham que é fútil? então que seja. mas finalmente encontrei a minha solução».
‘é como andar sobre almofadas’
agora com um dedo encurtado, susan, que antes aguentava poucos minutos em cima do salto, garante que o mais difícil vai ser voltar a descer para os rasos.
o milagre da maior resistência nas alturas, permitido pelo alívio da dor, estende-se a outras opções cirúrgicas, já convertidas em motivo de alerta médico nos eua. «operações apenas para melhorar a aparência ou o tamanho de um pé ou tornozelo acarretam riscos e não trazem qualquer benefício clínico. por isso não devem ser realizadas», defendem especialistas americanos, na reacção às notícias sobre o aumento do número de mulheres com pés cirúrgicos.
o fenómeno inclui, além da redução de dedos, a remoção dos joanetes, a amputação do dedo mindinho e ainda a administração de injecções de colagénio nas plantas dos pés. «é como se estivessem a andar sobre almofadas quando usam saltos», descreve à imprensa norte-americana o médico nathan lucas, apologista das agulhas mas avesso aos «radicalismos» dos cortes cirúrgicos.
susan discorda e, mais do que isso, recomenda que, como ela, outras ousem desafiar as palavras daquele que é adorado como um deus no reino dos calçados femininos: o designer christian louboutin. o mesmo que em tempos surpreendeu meio mundo ao reconhecer o desconforto das suas criações: «os saltos são prazer com dor. se não conseguem andar com eles não os usem».
paula.cardoso@sol.pt