Willy Moon: Esta lua não tem tédio nenhum

William Sinclair tem a carreira pensada ao pormenor. Não há nada por acaso no universo Willy Moon, a personagem que criou para interpretar as suas canções, que têm tanto de rock clássico como de hip hop contemporâneo. Esta mescla sonora surgiu, diz ao SOL, porque percebeu cedo que quando ouve música, «há sempre um elemento…

willy moon começou a compor aos 19 anos (hoje tem 23) quando, depois de uma má experiência em londres, se mudou para berlim e descobriu a «obsessão» de fazer música. natural da nova zelândia, deixou os antípodas ao atingir a maioridade porque «crescer como neozelandês é sentirmo-nos desligados do resto do mundo».

mas a mudança para londres também não foi fácil. ao fim de um ano na capital inglesa, o músico teve de «fugir» para berlim. «não tinha dinheiro para a renda, não gostava propriamente dos amigos que tinha, comecei a beber e a meter-me nas drogas», conta, justificando o consumo de heroína por estar «mesmo muito entediado» com a vida. «aborreço-me com frequência e estou sempre à procura de estímulos novos. achei que ia descobrir alguma coisa na heroína, mas percebi que não é nada como imaginava».

em berlim deixou de consumir e encontrou a motivação que, até ver, o tem mantido afastado do tédio. «quando escrevo música é como se estivesse a escavar constantemente o som até encontrar um tesouro. e depois, tocar ao vivo é uma alegria espontânea. é como se tivesse ganho um grande prémio e toda a gente me está a dar os parabéns», refere.

enquanto here’s willy moon, o disco de estreia, não chega (deverá ser lançado na primavera), as canções do músico podem ser ouvidas nos vídeos disponíveis no seu site. e a amostra, garante moon, é bastante «representativa» da música que o álbum vai ter e de como é ao vivo. o que esperar então do concerto em lisboa, amanhã, no musicbox? «um cachorro louco [risos]. na minha vida pessoal sou bastante sério e tímido. sou uma espécie de dr. jekyll e mr. hyde».

alexandra.ho@sol.pt