willy moon começou a compor aos 19 anos (hoje tem 23) quando, depois de uma má experiência em londres, se mudou para berlim e descobriu a «obsessão» de fazer música. natural da nova zelândia, deixou os antípodas ao atingir a maioridade porque «crescer como neozelandês é sentirmo-nos desligados do resto do mundo».
mas a mudança para londres também não foi fácil. ao fim de um ano na capital inglesa, o músico teve de «fugir» para berlim. «não tinha dinheiro para a renda, não gostava propriamente dos amigos que tinha, comecei a beber e a meter-me nas drogas», conta, justificando o consumo de heroína por estar «mesmo muito entediado» com a vida. «aborreço-me com frequência e estou sempre à procura de estímulos novos. achei que ia descobrir alguma coisa na heroína, mas percebi que não é nada como imaginava».
em berlim deixou de consumir e encontrou a motivação que, até ver, o tem mantido afastado do tédio. «quando escrevo música é como se estivesse a escavar constantemente o som até encontrar um tesouro. e depois, tocar ao vivo é uma alegria espontânea. é como se tivesse ganho um grande prémio e toda a gente me está a dar os parabéns», refere.
enquanto here’s willy moon, o disco de estreia, não chega (deverá ser lançado na primavera), as canções do músico podem ser ouvidas nos vídeos disponíveis no seu site. e a amostra, garante moon, é bastante «representativa» da música que o álbum vai ter e de como é ao vivo. o que esperar então do concerto em lisboa, amanhã, no musicbox? «um cachorro louco [risos]. na minha vida pessoal sou bastante sério e tímido. sou uma espécie de dr. jekyll e mr. hyde».